No último dia 22 de setembro, a REDE Sustentabilidade completou cinco anos de registro partidário. Somos um dos partidos mais jovens do Brasil, tanto em tempo de funcionamento, quanto em média de idade dos ocupantes dos cargos de direção.
Segundo o nosso estatuto, \"A REDE é uma associação de cidadãos e cidadãs dispostos a contribuir voluntariamente e de forma colaborativa para superar o monopólio partidário da representação política institucional, intensificar e melhorar a qualidade da democracia no Brasil e atuar politicamente para prover todos os meios necessários à efetiva participação dos brasileiros e brasileiras nos processos decisórios que levem ao desenvolvimento justo e sustentável da Nação, em todas as suas dimensões\".
Pode parecer irônico um partido ter como um de seus objetivo justamente quebrar o monopólio dos partidos, ou seja, a exigência constitucional de que a pessoa tenha filiação partidária para poder disputar uma eleição. Mas a verdade é que a REDE surgiu da vontade de atualizar a forma como fazemos política no Brasil e como a sociedade participa desses processos. Ora, se no decorrer das décadas tivemos avanços em diversos campos da sociedade, como podemos achar que um sistema de representação, que pouco mudou em 100 anos, continua representando a população?
Queremos quebrar os muros que separam a política institucional da sociedade brasileira, e fazer isso trazendo para a política os grupos que historicamente são engessados, marginalizados e impedidos, pelo próprio sistema, de atuar politicamente: mulheres na política; negros na política; indígenas na política; mães na política; LGBTQIA+ na política; periferia na política. Não em secretarias internas, que muitas vezes funcionam apenas como um cercadinho que alimenta, sem efeitos práticos, os discursos e narrativas. Aqui vejo as diversidades que compõem a sociedade fazendo política nos espaços de protagonismo e direção. Vejo as inovações surgindo na forma de fazer, desde a presidência compartilhada entre porta-vozes (sempre um homem e uma mulher), até o \"vale eleitoral\" que se mostrou uma grande mudança na forma como distribuímos os recursos públicos de financiamento de campanha, com mais democracia e transparência.
Marina Silva, Joenia Wapichana, Heloísa Helena, Fabiano Contarato, Randolfe Rodrigues, Marina Helou, e milhares de filiados e filiadas Brasil afora, fazendo coisas incríveis, todos os dias, para transformar a sociedade através da boa política e do desenvolvimento sustentável.
Quando fizermos 10 anos, deveremos avaliar se a REDE cumpriu seus objetivos e se deve ou não continuar existindo como partido. Estamos na metade desse caminho e hoje há um espaço e urgência na sociedade para atualizar a forma como se faz a boa política no Brasil, com sustentabilidade e a participação da sociedade.
GIOVANNI MOCKUS, 26 anos, é Porta-Voz (Presidente) da REDE Sustentabilidade no Estado de São Paulo e Coordenador Nacional de Formação Política do partido.