 |
... |
Buscando aumentar a conscientização e o entendimento sobre essa condição de pele que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, dia 25 de junho é celebrado o Dia Mundial do Vitiligo. Uma doença crônica caracterizada pela perda de pigmentação, evoluindo em manchas brancas na pele. Embora os avanços na pesquisa e no tratamento estejam em curso, ainda há um longo caminho a percorrer para garantir a compreensão e o apoio necessários para aqueles que vivem com essa condição.
O vitiligo é uma situação complexa, cujas causas ainda não foram completamente compreendidas. Acredita-se que fatores genéticos, autoimunes e ambientais desempenhem um papel em sua manifestação. Estima-se que o vitiligo afeta entre 0,5% e 2% da população mundial, independentemente de idade, etnia ou gênero, de acordo com a Vitiligo Research Foundation.
Segundo a professora de farmácia da Estácio e doutora em ciências farmacêuticas, Mariana Cristina de Morais, as pessoas com histórico familiar de vitiligo têm maior probabilidade de desenvolver a doença. “Além disso, fatores autoimunes, como distúrbios da tireóide e outras condições, podem aumentar o risco de desenvolver a doença. Lesões na pele e estresse também são considerados fatores de risco”, explica.
Mariana comenta que a principal manifestação do vitiligo são as manchas brancas que podem surgir em qualquer parte do corpo. “Essas manchas tendem a aumentar de tamanho com o tempo e podem assumir diferentes formas e padrões. O diagnóstico é baseado na aparência das manchas e na história clínica do paciente, embora alguns casos exijam exames adicionais para descartar outras condições de pele”, relata a docente.
Além dos desafios físicos, a farmacêutica revela que o vitiligo também pode ter um impacto significativo no bem-estar emocional das pessoas afetadas. “A aparência visível das manchas pode levar a sentimentos de constrangimento, baixa autoestima e estigmatização social. É essencial oferecer apoio emocional e recursos educacionais para ajudar as pessoas a enfrentar os desafios emocionais associados ao vitiligo”, cita.
Embora não haja cura definitiva para o vitiligo, existem opções de tratamento e gerenciamento disponíveis. “Medicamentos tópicos, terapia de luz, terapia com laser e outras abordagens podem ajudar a reduzir as manchas e melhorar a aparência da pele. É importante que cada caso seja avaliado individualmente por um dermatologista, levando em consideração a extensão das manchas e as preferências do paciente”, esclarece.
Felizmente, a pesquisa sobre o vitiligo está avançando e novas terapias estão em desenvolvimento. “Como o meu estudo, que investiga o uso de uma planta típica do Cerrado brasileiro, a mama-cadela, no desenvolvimento de tratamentos para o vitiligo. Resultados preliminares mostraram efeitos promissores de repigmentação da pele, oferecendo uma alternativa segura e menos agressiva aos pacientes”, indica a professora.
A conscientização sobre o vitiligo é fundamental para promover a inclusão e combater o estigma associado à condição. “Personalidades como Kl Jay, membro do grupo de rap Racionais MC\'s, e Camila Pudim, uma influenciadora digital, têm usado suas vozes e experiências pessoais para aumentar a conscientização e inspirar outras pessoas com vitiligo”, cita a professora.
Para aqueles que vivem com vitiligo, Mariana explica que é essencial ter acesso a recursos e suporte adequado. “Organizações e comunidades estão disponíveis para fornecer informações, compartilhar histórias de superação e oferecer apoio emocional. Além disso, contar com profissionais de saúde especializados, como dermatologistas e psicólogos, pode desempenhar um papel crucial no cuidado e manejo do vitiligo”, finaliza a professora.