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O café é a segunda bebida mais consumida no mundo, só perdendo para a água. Os números provam a cada ano que a paixão por ele só aumenta. Segundo a Organização Mundial do Café (OIC), o consumo global em 2022/23 atingirá 178,534 milhões de sacas, com alta anual de 1,7% (175,605 milhões de sacas em 2021/22).
O café é um item pertencente à cesta básica, considerado obrigatório para indivíduos adultos, sendo o produto mais consumido pelos brasileiros, de acordo com a professora de nutrição da Estácio e doutora em ciências da saúde, Aline Corado. “Evidências de uma revisão sistemática com consumidores de café identificou que existem vários motivos principais para o consumo de café como: benefícios à saúde e disposição, sabor e prazer, hábito, tradição, cultura e socialização”, explica.
Aline conta que de modo geral, o hábito do consumo de café faz parte da cultura mundial, sendo muitas vezes mais importante do que o sabor do produto, já que beber café se tornou motivo de confraternização entre as pessoas, dessa forma, o interesse em consumir café, está muitas vezes relacionado com a busca de sensações prazerosas. “O consumo de café é considerado um costume significativo na vida cotidiana moderna uma vez que resulta em um efeito de alerta no cérebro humano, além de contribuir com a redução da depressão”, explica.
“Diante da necessidade de realizar várias tarefas ao longo do dia, as pessoas recorrem ao café como uma estratégia energética. Entretanto, os indivíduos respondem de forma diferente à ingestão do produto, de modo que nem sempre a sensação de energia e prazer é percebida por todos. De uma forma geral, dentro de um contexto saudável e utilizando-se doses adequadas, o café é nutricional e culturalmente bem-vindo”, complementa a docente da Estácio.
Aline cita que a ingestão de café é frequentemente associada ao estimulante cafeína, que é um dos principais componentes do café. “Embora os grãos de café torrados e o café coado contenham altos níveis de cafeína, existem também vários outros compostos derivados de fitoquímicos presentes nele, e estes incluem ácido clorogênico/lignanas, alcalóides, polifenóis, terpenóides, melanoidinas, vitaminas e minerais”, cita.
A nutricionista complementa que os impactos do consumo de café na saúde foram extensivamente investigados e, de acordo com a literatura, o consumo de 3 a 4 xícaras diariamente estão associados a uma menor mortalidade por diabetes mellitus, doença de Parkinson, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer. “Existe a hipótese de que os benefícios relacionados ao consumo de café estejam associados à presença de compostos que reduzem a formação de radicais livres e a inflamação, o que pode contribuir na prevenção de doenças”, orienta.
A nutricionista alerta que por outro lado, o consumo excessivo do café está associado ao aumento dos níveis de colesterol sérico, o que pode prejudicar a saúde cardiovascular e predispor ao infarto agudo do miocárdio. “Além disso, já foi identificado que esse consumo exagerado pode estar relacionado à redução do apetite, insônia, inquietação, cistos de tecido mamário em mulheres, distúrbios digestivos, dores de cabeça, diminuição da fertilidade e aborto. Sendo assim, os estudos mais recentes relataram que o consumo de café é benéfico para nossa saúde quando consumido em quantidades adequadas, sendo o excesso prejudicial”, finaliza.