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Nos últimos anos, o tema da redução da carne na alimentação do dia a dia vem ganhando cada vez mais repercussão. Nessa busca, os formatos são muitos: desde dietas veganas e ovolactovegetarianas a pessoas que simplesmente decidem comer menos carne do que o de que costume, há diversas maneiras de diminuir a proteína animal de maneira saudável e adequada a cada estilo de vida.
Apesar do aumento dos adeptos a uma dieta vegetal nos últimos anos, essa escolha não é sempre compreendida. Seja na forma de peixe, frango ou carnes vermelhas, a carne, esse grupo alimentar tão presente na culinária brasileira, faz parte da identidade do nosso país, e é compreensível que a ideia de reduzi-lo em nossa dieta - ou cortá-lo completamente - cause um estranhamento.
Crescemos ouvindo as mesmas máximas: que as proteínas provindas da carne são \"melhores\", que não é possível repor vitamina B12 em uma dieta vegetariana, e assim por diante. Na internet, todos os dias surgem novas dietas e receitas milagrosas para uma alimentação saudável: mas quais dessas coisas são comprovadas e o que não passa de mito? A verdade é que a forma como comemos está mudando, e a redução do consumo da proteína animal, quando feita de forma equilibrada, pode trazer benefícios tanto para as pessoas quanto para o meio ambiente.
Sob ponto de vista fisiológico, comemos carne para suprir uma necessidade proteica, porque precisamos de carboidratos, proteínas e lipídios em grande quantidade. Contudo, há outras opções que cumprem a mesma função, como leites e derivados, ovos e leguminosas. Com uma alimentação balanceada - o famoso prato colorido! - e a combinação desses alimentos, é possível ingerir a quantidade necessária sem problemas, assim como todos os aminoácidos fundamentais ao correto funcionamento do corpo.
Apesar de possível, não é necessário eliminar a proteína animal da dieta - mas é importante que seja consumida de forma equilibrada. Hoje, já existem estudos que indicam uma correlação entre o elevado consumo de carne e problemas de saúde, como a elevação do colesterol e o desenvolvimento de câncer de estômago. Optar por verduras, legumes, carnes magras e brancas já pode ser uma mudança significativa na direção de uma dieta mais saudável.
É importante salientar que cada indivíduo é único e pode ter necessidades particulares, e por isso, a melhor escolha é sempre procurar a orientação de um profissional; mas algumas indicações podem ser adotadas por todos - como, por exemplo, evitar alimentos industrializados e procurar conhecer a origem dos produtos que são consumidos, optando por aqueles com menos agrotóxicos.
Uma ótima opção para encontrar produtos frescos e acessíveis é comprar de produtores locais nas feiras livres. Com o preço da carne mais alto do que o de costume, é também possível economizar e comer bem optando por uma variedade de opções de vegetais e leguminosas - ainda mais se a feira for feita na hora da xepa.
Buscar opções para comer de forma mais saudável pode exigir um pouco de planejamento, principalmente no início, mas é um exercício que vale a pena: cuidar da alimentação é cuidar da saúde tanto no curto quanto a longo prazo.
Arissa Felipe Borges, coordenadora do curso de nutrição da Estácio.