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Fones de ouvido, pilhas, celulares e eletrodomésticos fazem parte do nosso cotidiano, mas todos possuem uma data de validade. Esse lixo eletrônico, quando descartado de maneira incorreta, pode causar grandes impactos no solo, na água e na fauna. Ainda mais sendo que o Brasil é o 5º país com maior produção desse tipo de lixo no mundo.
Segundo a pesquisa Resíduos eletrônicos no Brasil – 2021, da Green Eletron, a maior parte dos brasileiros (87%) já ouviu falar em lixo eletrônico, mas um terço (33%) acredita que ele está relacionado ao meio digital, como spam, e-mails, fotos ou arquivos. Os outros 40% acreditam que estão relacionados com aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos quebrados.
Com o rápido crescimento dos avanços nos dispositivos eletrônicos, a produção desses aparelhos aumentou muito e o tempo considerado como tempo de depreciação desses itens também acabou reduzindo, o que ocasionou uma rápida troca de dispositivos. “Os usuários desses primam muito por estarem sempre com o que existe de mais moderno no mercado e com isso, itens que são considerados obsoletos são deixados de lado gerando lixo eletrônico”, explica coordenador do curso de Análise de Sistemas e Ciências da Computação da Estácio e mestre em Ciências da Computação, Daniel Gomes de Oliveira.
Segundo o professor esse lixo é extremamente prejudicial para o meio ambiente, contendo diversos compostos como alumínio, chumbo, germânio, gálio, ferro, níquel e polímeros de diversas origens. “O Brasil é líder na produção de resíduos eletrônicos na América Latina, segundo o estudo Global e-Waste Monitor, realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU), gerando 1,5 milhão de toneladas ao ano desse tipo de resíduo. Segundo o levantamento, apenas 2% do total é reciclado”, cita.
O Brasil é um país em crescimento e até o momento, o descarte de lixo de forma própria para reciclagem e separação de materiais ainda não incorporou na cultura do país. “O fato de não ser algo ainda tão bem recebido acarreta alguns problemas, onde o principal deles é a contaminação do meio ambiente com substâncias nocivas, entre elas, metais pesados como mercúrio, berílio e chumbo, altamente prejudiciais à saúde humana e de animais e plantas”, complementa.
O tema tem ganhado espaço e com isso, diversas empresas têm trabalhado tanto no reaproveitamento quanto na reciclagem deles. “Ainda existem localidades que não possuem pontos de coleta, mas caso não seja identificado um ponto de coleta na região onde reside, é importante entrar em contato com empresas que atuam na coleta e tentar formar parcerias. Uma dessas empresas é a Green Eletron e pelo site dela é possível consultar pontos de coleta. Essas empresas possuem uma licença para trabalhar com alguns tipos de materiais específicos”, explica.
“Antes de realizar o descarte do material, é importante buscar informações sobre empresas que realmente atuam com determinados tipos de materiais, pois as empresas em geral, não possuem autorização para trabalhar com todos os tipos de materiais. Pilhas e baterias, por exemplo, são críticas em relação ao descarte e é necessário que as mesmas sejam descartadas em pontos de coleta que realmente sejam especializados nesses componentes”, orienta Daniel.
“Em uma situação, onde tive que descartar alguns materiais e estava com dificuldades de localizar, na minha região, um local de coleta. Então fui até uma loja de manutenção de celulares e fui informado que poderia deixar os materiais com eles, já que teriam uma pessoa responsável por essa coleta. Muitas dessas empresas que prestam serviços de manutenção já possuem parcerias para a reciclagem desses materiais. Então vale a pena consultar esses lugares e não descartar esses dispositivos em qualquer lugar”, finaliza o professor.