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No dia 20 de março é comemorado o Dia Mundial Sem Carne. A data faz parte de uma ação para incentivar as pessoas a consumirem menos esse tipo de proteína, que começou como um movimento de uma ONG nos Estados Unidos, mas que obteve a adesão de milhões de pessoas ao redor do mundo. Deixar de comer o alimento tem sido uma opção voluntária para um número crescente de pessoas no Brasil.
Segundo uma pesquisa da Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), em parceria com a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), cerca de 46% dos brasileiros, considerando todas as regiões do país e faixas etárias, deixam de comer carne pelo menos uma vez por semana, por vontade própria.
Além disso, um terço dos brasileiros buscam opções veganas nos cardápios, de acordo com a mesma pesquisa. Na ocasião, 30 milhões de brasileiros se declararam veganos, isto é, adeptos da dieta e do uso em geral de produtos isentos de componentes de origem animal, o que corresponde a quase 14% da população total do país.
Para a nutricionista e professora de nutrição da Estácio, Daniella de Brito, a mudança de hábitos para uma dieta vegana ou vegetariana não oferece risco à saúde. Ela alerta, porém, para a necessidade de acompanhamento de um profissional da nutrição habilitado. “Se não estiver com uma dieta balanceada em proteínas, zinco, ferro e vitamina B12, principalmente, pode acarretar um quadro de anemia e baixa proteína, deixando o sistema imunológico também mais frágil”, argumenta.
Daniella exemplifica a importância de se atentar a esses aspectos, principalmente para a vitamina B12. Ela relata que “a B12 existe em baixíssimas quantidades nos vegetais, podendo causar anemia e oferecer riscos à saúde. Neste caso específico, é preciso fazer suplementação por cápsulas, principalmente para as crianças ou mulheres grávidas, cuja necessidade de B12 é ainda maior do que a dos adultos”.
Para a suplementação do organismo, na falta da carne, Daniella explica que podem ser utilizados outros alimentos. Ela acrescenta: “Temos alimentos ricos em proteína de origem vegetal, como castanhas, semente de abóbora, girassol, linhaça, quinoa, amaranto, cogumelos, algas e leguminosas, como o feijão. Além dos vegetais que auxiliam na reposição de vitaminas e minerais, como os vegetais verdes escuros e sua associação com frutas ricas em vitamina C, para auxiliar a melhor absorção do ferro”.
Daniella alerta para os benefícios de não consumir carne, mas que deve ter os seus cuidados. “Algumas pessoas” – adverte a profissional - “ que tem gastrite, úlcera, problemas digestivos, doenças intestinais, se beneficiam em cortar a carne, entretanto, não devemos generalizar já que o indivíduo é um ser único. O ideal é nunca abusar de um tipo de alimento, então variar com outras fontes de proteína é o mais indicado”.
A nutricionista orienta sobre os cuidados para quem deseja começar uma dieta vegetariana ou vegana. “Se programe para consumir mais leguminosas, verduras, castanhas e sementes em uma rotina. Inicie o uso também de cogumelos. E não deixe de procurar um profissional nutricionista para acompanhar esse planejamento e realizar exames bioquímicos para avaliar se está tudo bem”, finaliza a professora da Estácio.