 |
... |
É indiscutível que as tecnologias, de forma geral, têm ganhado a cada dia mais espaço no cotidiano das pessoas. Atualmente existe uma certa dependência por recursos tecnológicos e a cada dia fica mais difícil imaginar nossa vida sem esses recursos. Junto a essas tecnologias vêm a internet, um recurso com pouco mais de 30 anos no Brasil, mas que vem dominando as vidas dos indivíduos tanto no contexto profissional quanto no recreativo.
Segundo o coordenador do curso de análise de sistemas e ciências da computação da Estácio, Daniel Gomes de Oliveira, com o início da pandemia, a dependência pelo acesso à internet cresceu ainda mais. “É visível o aumento do uso da internet com a nova organização mundial por conta da Covid-19. Além disso, é um imensurável mundo de dados e informações se propagou de forma exponencial. Juntamente com tal crescimento, crimes e golpes migraram para esse ambiente, tendo em vista o anonimato e dificuldade de rastreamento existente no mundo virtual”, conta o professor.
Daniel revela que a velocidade da evolução dos crimes virtuais é bem constante. “Eles sempre aprimoram as suas técnicas, e diariamente as pessoas são bombardeadas com matérias cuja temática está direcionada a crimes ocorridos no ambiente virtual. Nota-se, contudo, que há uma regulamentação, uma lei a qual versa contra a impunidade de pessoas que executam atividades ilícitas”, alerta.
A LGPD (Lei Geral de Proteção aos Dados) começou a vigorar no Brasil em agosto de 2021, para concentrar as veiculações e punir as empresas que retêm dados e promovem o vazamento dos mesmos. “Em paralelo à LGPD, temos outras ferramentas legais voltadas à segurança dos dados e punição de pessoas que utilizam os dados de terceiros para fins criminosos, tais como o Procon, o Ministério Público Federal, o Ministério Público Estadual, dentre outros”, explica Daniel.
Ainda assim, o coordenador ressalta sobre as empresas de grande, médio e pequeno porte que sofrem ataques cibernéticos tendo os dados de usuários desses serviços vazados. “Recentemente presenciamos um dos ataques mais polêmicos dessa natureza no Brasil, o qual deixou o aplicativo ConecteSUS inativo por muito tempo, impactando o esquema vacinal das pessoas, bem como todo o controle dos dados relacionados à pandemia”, exemplifica.
“Os sistemas voltaram a funcionar, mas nada mais foi dito em relação às punições tanto dos envolvidos no ataque quanto dos responsáveis por manter os dados da população em um ambiente tido como seguro e mantidos justamente por quem regulamenta, cria leis e executa”, continua o professor. Entretanto, “como todos os outros recursos já criados pela humanidade, precisamos aprender a usá-lo com segurança, não para podermos ficar totalmente protegidos, mas para minimizarmos os transtornos e os impactos de eventuais desvios do esperado uso seguro”, garante.
O Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança do Brasil (CERT), vem elaborando diversos materiais e cartilhas contendo diretivas para orientar as pessoas em diferentes contextos, como o ambiente corporativo e até mesmo crianças que já estão nascendo e tendo o acesso a esse mundo novo. “Os referidos materiais trazem orientações a respeito de como devemos proceder para garantir a segurança da informação dentro do ambiente virtual, com dicas relacionadas à criação e manutenção de senhas seguras, tipos de ataque e como podemos nos proteger, além de oferecer outras recomendações”, finaliza Daniel.