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Como as mudanças climáticas podem afetar sua saúde mental? |
| As temperaturas extremas incomodam, aumentam os níveis de estresse, modificam a rotina de alimentação e o sono – tudo isso tem um enorme impacto prejudicial na saúde da sua mente. Por Camila Kneip
A humanidade está sentindo na pele que as temperaturas globais estão mudando. O ano de 2023 foi, inclusive, classificado como o mais quente do planeta nos registros globais, desde 1850. As mudanças climáticas provocadas pelas emissões de gases poluentes e o fenômeno El Niño contribuíram para a alta das temperaturas no ano passado e, com as máximas enfrentadas em 2024, caminhamos para um novo recorde. Mas, o que isso tem a ver com a sua saúde mental?
Pesquisas recentes mostram que o aumento da temperatura pode estar associado à maior incidência de tentativas de suicídio; aumento nas internações hospitalares por problemas de saúde mental; e prejuízo geral ao bem-estar da comunidade. Na prática, as temperaturas extremas incomodam, aumentam os níveis de estresse, modificam a rotina de alimentação e do sono – tudo isso tem um enorme impacto prejudicial na saúde da mente.
Não só as temperaturas extremas mas a poluição do ar também estão associadas ao aumento no risco de transtornos, incluindo depressão e ansiedade. O estudo Exploration of NO2 and PM2.5 air pollution and mental health problems using high-resolution data in London-based children from a UK longitudinal cohort study, do Reino Unido, aponta que pessoas que vivem em áreas com altos níveis de poluição do ar têm 40% mais chances de desenvolverem depressão do que as que vivem em áreas com ar mais limpo. Além disso, a exposição aos desastres climáticos – inundações, incêndios florestais e secas – pode levar ao sofrimento psicológico, desencadear problemas de saúde mental e piorar condições preexistentes.
O panorama climático tem impacto direto, também, na economia. O custo de transtornos mentais como resultado direto de riscos relacionados ao clima, à poluição do ar e ao acesso inadequado a espaços verdes está projetado para atingir quase US$ 47 bilhões por ano em 2030, de acordo com o estudo Planetary Health and Mental Health Nexus: Benefit of Environmental Management, do Boston College (2023).
Diante desse cenário, é necessário que governos adotem políticas audaciosas para melhorar a qualidade do ar, prevenir o desmatamento e conservar, proteger e melhorar o meio ambiente no âmbito global. Hábitos de prevenção e promoção de saúde da mente podem ajudar a criar resiliência emocional para enfrentar as mudanças climáticas com menor impacto no bem-estar das pessoas.
De acordo com o Instituto Bem do Estar, no conteúdo “Cuide bem da sua saúde da mente”, entre as dicas para que os indivíduos lidem com o impacto da crise climática na saúde mental se destacam: - praticar a atenção plena, ou seja, atividades que criam consciência sobre o que está acontecendo no momento presente em nosso corpo, na mente, nas emoções e no ambiente, sem julgamento sobre o que for observado; - fazer meditações guiadas; segundo a Neurociência, meditar aumenta o volume de quatro regiões do cérebro responsáveis pela regulação emocional, pela tomada de decisões, empatia e compaixão, e redução nos níveis de estresse; e - identificar os momentos de gratidão; diversos estudos defendem uma atitude alinhada à gratidão ativa, ou seja, o exercício da gratidão no dia a dia, a prática proporciona relaxamento, regulação emocional, principalmente na redução do estresse e potencialização e no fortalecimento das relações humanas.
É evidente que, à medida que enfrentamos as consequências desafiadoras do aumento das temperaturas e da poluição do ar, precisamos ter consciência de que a nossa saúde mental está em jogo, portanto, é necessário empreender ações para reverter esses prejuízos iminentes.
Camila Kneip | Pós-graduada em Gestão Pública, com mais de 15 anos de experiência em ações socioeducacionais e advocacy no setor de Impacto Social. Com formação em Psicologia Positiva e técnicas tântricas neoreichianas, a profissional é gerente de Projetos e Parcerias do Instituto Bem do Estar. Sobre o Instituto Bem do Estar | Fundado em 2018 por Isabel Marçal e Milena Fanucchi, o Instituto Bem do Estar é um negócio social sem fins lucrativos voltado à promoção da saúde da mente. Com o propósito de desafiar as pessoas a mudar o próprio comportamento em relação à saúde da mente, a organização colabora com a prevenção de doenças psicológicas e contribui para uma sociedade mais consciente e saudável. Para tal, possui três frentes de atuação, que visam à transformação social necessária a uma sociedade que está em falência emocional. No pilar CONSCIENTIZAR, informa a população sobre os cuidados para uma saúde da mente de qualidade, estimulando a busca pelo autoconhecimento e o despertar da empatia por meio de conteúdo digital, campanhas de conscientização e mostras e exposições culturais. Em CONECTAR, promove experiências do cuidado com a mente, proporcionando ferramentas que contribuem com o desenvolvimento socioemocional individual e coletivo por meio de atividades práticas, como vivências, workshops e palestras, além da divulgação de locais de atendimento terapêutico gratuitos ou por contribuição consciente. Em MOBILIZAR, entende o contexto sobre saúde da mente e o impacto na sociedade, gerando estatísticas e articulando agentes públicos e privados, visando ao acesso a políticas públicas via pesquisas e práticas de advocacy. http://www.bemdoestar.org
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