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As fotografias, experimentos e obras democráticas de Geraldo de Barros |
| ... | Paulista da cidade de Chavantes, Geraldo de Barros foi um artista plástico que se difundiu principalmente na pintura e na gravura mas que, além de outras ocupações, também trabalhou como designer de móveis e teve muito reconhecimento na fotografia.
Nascido em 1923, Geraldo começou na arte aos 22 anos de idade ao estudar pintura com o japonês Yoshiya Takaoka e com os artistas Clóvis Graciano e Colette Pujol. Na mesma época, começou a realizar experimentos fotográficos, fazendo cliques de jogos de futebol em periferias e produzindo artes com negativos, cortes e sobreposições no período pós revelação.
Algo que pode ser feito com facilidade nos dias de hoje como em programas como o Photoshop não era possível na época e, junto a seus aprendizados no curso de pintura, seriam o ponto de partida de Geraldo de Barros na arte.
A Fotografia
Foi na fotografia onde Geraldo de Barros teve o seu maior reconhecimento, mesmo que ele não tivesse um trabalho exclusivamente fotográfico, mas talvez fosse o seu maior diferencial.
Além de profissão, a fotografia foi talvez seu primeiro amor. Geraldo construiu sua própria câmera em meados de 1946 e com ela começou a produzir seus primeiros conteúdos fotográficos. A partir desse momento já é possível ver trabalhos em negativo e em revelação, realizando experimentos com cortes, colagens e associações entre imagens.
Além disso, Geraldo foi pioneiro da fotografia abstrata no Brasil. Nessas fotos é possível ver que ele trabalha com algo além do que é visualizado na imagem e começa a produzir obras mais reflexivas.
Dentro e à frente de seu tempo
Geraldo foi considerado um artista que esteve ligado diretamente aos temas e aos acontecimentos de seu tempo, como a construção do MASP e do MAM de São Paulo e do Rio de Janeiro. Trabalhou como ajudante de uma exposição do artista suíço Max Bill, importante artista do movimento concretista, que com sua presença pode mudar a percepção do concretismo no território nacional.
Dentro de uma percepção artística do que as obras trazem à sociedade, críticos analisam que Geraldo foi um modernista, já que acreditava que sua obra em si já representa a ideia. A arte não deve ser explicada ou contextualizada, mas deve, sozinha, apresentar e representar a ideia que o artista teve antes de fazê-la.
Talvez esse fato seja um reflexo de sua personalidade. Suas filhas dizem até que antes de fazer uma obra, Geraldo não gostava de explicar o que estava fazendo e pedia que elas esperassem para que ele mostrasse o resultado.
Além da fotografia
Além da fotografia, Geraldo teve um período de estadia na Europa, onde pode ter contato com a arte internacional da época, analisando o que poderia trazer de novo para cá.
Outro trabalho muito valorizado e reconhecido na carreira de Geraldo foi o design de móveis, onde já trabalhava com a ideia de democratização de bons produtos, indo além do preço e chegando em algo que ainda não podemos ver na sociedade, que é ser bom e ser acessível ao mesmo tempo. Com essa ideia, Geraldo já introduzia a possibilidade de produção em larga escala para os produtos que desenvolvia.
Geraldo de Barros faleceu em 1998, na cidade de São Paulo e até hoje tem suas obras nas melhores galerias e são realizadas exposições que valorizam seu trabalho e sua história.
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