Ano após ano, o mercado corporativo vive uma explosão na quantidade de dados gerados. À medida que criam, coletam e armazenam mais informações, as empresas se tornam cada vez mais alvos atraentes para criminosos cibernéticos, já que, quanto maior a quantidade de dados, maior a superfície de ataque que os hackers podem explorar, incluindo servidores, estações de trabalho, dispositivos móveis e sistemas de armazenamento em nuvem.
Nesse cenário, os ataques de ransomware, aqueles nos quais os atacantes sequestram os dados das organizações pedindo um resgate para devolvê-los, têm crescido de forma exponencial. Para se ter uma ideia do volume, de acordo com o estudo Ransomware Study, do IDC, cerca de 37% das empresas ao redor do mundo, dos mais variados segmentos, disseram ter sofrido esse tipo de ataque nos últimos anos.
Mas a tecnologia, sozinha, não basta. Mesmo os melhores sistemas podem falhar, e é nesse ponto que a percepção de preparo muitas vezes não corresponde à realidade. Segundo o estudo Ransomware Trends Report, antes de sofrerem um ataque, 84% das organizações na América Latina acreditavam estar totalmente preparadas ou preparadas para lidar com ransomware. Depois da experiência real, esse número caiu para 63%, enquanto as que se viam pouco ou nada preparadas quintuplicaram, saltando para 10%.
Essa realidade trouxe com ela uma nova preocupação: além de garantir os dados de volta, pagando o resgate ou assegurando que tudo esteja devidamente armazenado em uma ferramenta de backup, é preciso se preocupar com o “como garantir a continuidade do negócio e colocá-lo no ar novamente”, o chamado business continuity. No entanto, a maioria dos executivos acredita que seus dados corporativos estão seguros e não param para se questionar quanto tempo será preciso para colocar o negócio novamente em funcionamento, caso sofram um ataque de ransomware. Pesquisas recentes apontam que, em média, leva-se três semanas para restabelecer um ambiente, o que significa prejuízos enormes para negócios de qualquer segmento.
Esses temas foram abordados durante a 7ª edição do VeeamON Tour Brasil, evento que a Veeam Software, líder em resiliência de dados, promove anualmente na capital paulista. Na oportunidade, centenas de executivos do mercado de TI e negócios, nacionais e internacionais, puderam compartilhar ideias sobre o futuro da proteção e recuperação de dados, ataques de ransomware, resiliência cibernética, Kubernetes e tendências específicas para o cenário de cibersegurança da América Latina.
O público presente também pôde conhecer os dados do Relatório Veeam 2025 de Tendências e Estratégias Proativas de Ransomware, que trouxe números alarmantes. Cerca de 9% das organizações globais sofreram ataques no último ano, evidenciando a urgência de medidas mais eficazes de defesa. Apesar de 98% dos entrevistados declararem possuir um plano de resposta, o mesmo levantamento mostrou que menos da metade incluía pontos técnicos essenciais, como a verificação frequente de backups, citada por apenas 44%, ou a definição de uma cadeia de comando específica para momentos de crise, presente em apenas 30% dos casos.
Para José Leal Junior, country manager da Veeam no Brasil, a resiliência de dados tem um papel estratégico para a continuidade dos negócios. “Queremos ajudar empresas de todos os portes a transformar a resiliência de dados em um diferencial competitivo. Estar preparado significa não apenas se proteger contra incidentes, mas garantir a continuidade das operações em qualquer situação”, afirma. Ele reforça que a proposta da Veeam é viabilizar ações estratégicas e assertivas para manter os dados resilientes diante do aumento de ataques cibernéticos e interrupções, com base nos cinco pilares que a empresa defende: backup, recuperação, segurança, portabilidade e inteligência de dados.
Durante o evento também foi apresentado o Data Resiliency Maturity Model (DRMM), que capacita as organizações a avaliar objetivamente sua verdadeira postura de resiliência e a tomar medidas estratégicas e decisivas para fechar a lacuna entre a percepção e a realidade, garantindo que seus dados sejam resilientes. Junior alerta que o DRMM capacita líderes a avaliar e aprimorar sua resiliência de dados, fornecendo insights valiosos para o alinhamento de pessoas, processos e capacidades técnicas com sua estratégia geral de dados. Esse alinhamento ajuda a minimizar a exposição a riscos, permitindo que as organizações se concentrem em objetivos de missão crítica e mantenham uma vantagem competitiva.
O avanço dos ataques cibernéticos mostra que a resiliência de dados deixou de ser apenas um requisito técnico e passou a ser um diferencial estratégico. Para as empresas, o desafio vai além da tecnologia: exige uma cultura voltada à continuidade dos negócios, em que pessoas, processos e sistemas atuem de forma integrada. Somente assim será possível enfrentar um cenário em que a geração de dados cresce de forma acelerada e os riscos evoluem na mesma proporção.