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ABCF explica a diferença entre uso da ivermectina para parasitas e para COVID-19
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Sandra Farsky, vice-presidente da ABCF-Associação Brasileira de Ciências Farmacêuticas
Sandra Farsky, vice-presidente da ABCF-Associação Brasileira de Ciências Farmacêuticas

A vice-presidente da ABCF-Associação Brasileira de Ciências Farmacêuticas, Sandra Farsky, docente da Faculdade de Ciências Farmacêuticas USP-SP, alertou para os riscos do uso da ivermectina para tratamento da COVID-19. Segundo ela, os primeiros estudos – ainda apenas em laboratórios – apontam que o vírus causador da pandeia não conseguiu se replicar frente a altas concentrações da ivermectina, mas que este tipo de estudo ainda é muito preliminar para indicar o medicamento para a prevenção ou tratamento de pacientes portadores de COVID-19. O comportamento do medicamento  no organismo é muito mais complexo do que no tubo de ensaio, e nem sempre o observado no laboratório acontece no organismo vivo.

“Na condição laboratorial, o vírus foi eliminado. Mas não é possível afirmar se a mesma situação ocorreria no organismo do paciente. Para que as quantidades no sangue humano sejam as mesmas que mataram o vírus no laboratório, seria necessário que os pacientes tomassem doses muito altas, cerca de 10 vezes mais do que as que são usadas para tratamentos contra os parasitas. Essas doses tão altas seriam tóxicas aos pacientes”, explica Farsky, que é doutora em Farmacologia.  

Para as indicações de doenças conhecidas, como as infestações parasitárias, a dose recomendada chega a 2 ou 3 comprimidos, dependendo do peso do paciente. Desta forma, se baseados nos estudos de laboratório, o paciente teria que ser medicado com uma quantidade de comprimidos que levaria a riscos severos de intoxicação, podendo provocar até convulsões. Em crianças, os riscos seriam ainda maiores, porque o medicamento tem maior chance de chegar ao cérebro. “Portanto, até o momento, não há evidência clínica que permita a utilização da ivermectina para uso clínico no tratamento da COVID-19”, explica a vice-presidente da ABCF.

A ABCF se baseia em resultados científicos para fundamentar posicionamentos quanto a condutas de prescrições de medicamentos para o tratamento do coronavírus. “Anteriormente, nossa posição indicou que a hidroxicloroquina e a cloroquina não poderiam ser empregadas como tratamentos eficazes até que os estudos clínicos fossem concluídos. Ao final dos estudos clínicos, os resultados mostraram que esses medicamentos não foram efetivos e, ainda, causaram efeitos colaterais cardíacos em vários pacientes, o que levou a OMS a retirar a indicação do medicamento para o tratamento da pandemia. Com relação à ivermectina, os caminhos não são diferentes. Muitos estudos precisam ser feitos ainda para afirmar a eficácia da ivermectina sobre a infecção causada pelo coronavírus, e os estudos clínicos precisam ser controlados; ou seja, é preciso avaliar como se comportam os pacientes tratados e não tratados com ivermectina, trabalhando com um número muito grande de pacientes. Não é possível afirmar que o medicamento funciona com apenas centenas de doentes avaliados, sem os controles adequados alerta Farsky.

Ivermectina e efeitos colaterais
O uso conhecido e seguro da ivermectina é para infestações de piolhos, sarnas e parasitas, tanto para seres humanos quanto para animais.  O medicamento pode levar a toxicidade do sistema nervoso central (cérebro) se usado em doses não comumente prescritas para os quadros citados aqui, sendo com maior potencial de toxicidade em crianças, explica a professora Sandra Farsky.

Embora os efeitos colaterais não sejam muito frequentes quando são usadas as doses indicadas, podem ocorrer reações na pele, tais como coceira, vermelhidão, erupções, dores de cabeça, náuseas, vômitos, pressão baixa, quedas, inchaço no rosto, braços e pernas, taquicardia (aceleração dos batimentos cardíacos), dores musculares. Ainda, em pessoas asmáticas, as crises podem ser agravadas. 

Medicamentos sem receituário médico
A ABCF alerta que nenhum medicamento deveria ser distribuído sem indicação médica. É um erro tomar qualquer medicação sem aconselhamento médico, pois os medicamentos apresentam efeitos colaterais e nem sempre causam o mesmo efeito em todas as pessoas. Por exemplo, o uso da ivermectina por pessoas que usam o anticoagulante varfarina, mesmo que em doses usuais, pode levar a hemorragias. Isso porque a ivermectina aumenta a quantidade de varfarina no sangue do paciente. Assim, é como se o paciente tivesse tomado muita varfarina. Por isso, a coagulação do sangue fica diminuída e pode levar a problemas sérios, até mesmo a um derrame cerebral, também conhecido como acidente vascular cerebral (AVC).

No chamado “kit COVID”, que vem sendo distribuído por algumas prefeituras, há indicação de 4 comprimidos de 6 mg de ivermectina, além da azitromicina, dipirona e cloroquina. Para as parasitoses que a ivermectina trata, as doses são definidas em função do peso do paciente. “Portanto, essa dose do kit COVID só seria indicada, com segurança, para tratar infecções parasitárias em indivíduos com mais de 85 kg. Por isso, esta dose pode levar ao aumento de risco de intoxicação quando o usuário tiver peso menor”, ressalta a vice-presidente da ABCF.

A ABCF reitera que a prática da distribuição em massa, sem triagem médica, é irresponsável e não deve ser realizada. Não está de acordo com o serviço de saúde pública que deve ser prestada à população.  “Atualmente, no período pré-vacina, sabemos que o controle da COVID-19 somente será possível com o comprometimento de cada indivíduo. Se cada cidadão utilizar a máscara cobrindo boca e nariz e fizer o distanciamento social, diminuiremos o número de infectados e mortos pelo coronavírus.  Procedimentos não comprovados cientificamente, como o Kit COVID,  poderão conduzir a população a uma condição de falsa segurança e piorar as estatísticas negativas da pandemia”, finaliza a vice-presidente da ABCF.

Editorias: Saúde  
Tipo: Pauta  Data Publicação:
Fonte do release
Empresa: Texto & Cia Comunicação  
Contato: Daniela Antunes e Blanche Amancio  
Telefone: 16-39162840-

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