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A mostra coletiva “Fragmentos do Ser e do Sentir” das artistas visuais Adriana Amaral, Ana Rey, Cynthia Loeb, Jussara Marangoni, Simone Fontana e Suzana Mello e Souza segue aberta, em Ribeirão Preto (SP), até o dia 11 de junho, na Casa Abaeté (Rua Visconde de Abaeté, 820), reunindo pinturas, esculturas e instalações. A exposição conta com visitas guiadas pela arquiteta, urbanista e arte-educadora Camila Paulucci, que podem ser agendadas individualmente ou em grupos.
A mostra faz um convite à reflexão acerca do que é o ser diante de sua modelagem fragmentada e também remete às rupturas e incertezas que foram comuns nos últimos dois anos. O objetivo é instigar o visitante a pensar sobre como se organiza a reconfiguração humana depois do caos. “O olhar para si é o ponto de convergência entre os trabalhos, revelando o que nos aproxima e o que nos difere”, comenta a jornalista e pesquisadora de arte, Carollina Lauriano, curadora da mostra.
Os trabalhos expostos foram realizados no período mais severo do isolamento social imposto pela pandemia e refletem as percepções de cada artista sobre a incompletude humana, escancarada pelos rompimentos e fragmentações na forma de ser e de sentir. A necessidade de reconfigurar o olhar, as formas de apreensão do mundo, das coisas e de si próprio constituem a principal abordagem presente em “Fragmentos do Ser e do Sentir”. “A pesquisa de cada artista vai de questões do feminino à natureza, passando por pontos formais da arte e desembocando na investigação sobre como esses temas aparecem na percepção de mundo que cada uma possui nesses tempos incertos e instáveis que ainda estamos vivenciando”, detalha Carollina Lauriano.
Artistas e proposições
A proposta da instalação de Suzana Mello e Souza - comunicadora visual, desenhista e pintora - destaca o espaço íntimo da casa, “lembrando que, na falta do outro, é necessário buscar afeto nas pequenas partículas do cotidiano”, pontua a curadora da mostra. Ana Rey é argentina e suas aquarelas questionam se ainda é possível viver num mundo tão racional e restritivo. As informações dos trabalhos de Ana, que também é graduada em Letras, rompem com uma forma única de ordem social. Paralelamente, a desconstrução do feminino em suas formas para revelar essa força em outras potências dá o tom do trabalho de Cynthia Loeb, dona de olhar apurado extraído da formação em Educação Artística.
A reconstrução da subjetividade feminina ganha uma leitura diferente no trabalho de Adriana Amaral - coordenadora da Casa Abaeté -, que retrata a mulher que quer ser livre de conceitos que não as comportam mais, em conexões com a natureza e seu entorno. A simbologia das transformações femininas têm alinhavo orgânico com as mudanças sofridas - durante a permanência da exposição - pelos pedaços de plantas, flores, pequenos insetos e pássaros que completam os moldes utilizados pela artista.
A metamorfose entre o físico e o natural, buscando um elo com o que existe de mais primitivo e embrionário no ser humano, baliza os trabalhos das artistas Jussara Marangoni e Simone Fontana Reis. Suas obras são um convite a um tempo de reflexão sobre que tipo de olhar a humanidade tem sobre o mundo e sobre as coisas e como é o impacto afetivo produzido por esse foco. “Isto é muito relevante porque as novas possibilidades de existência individual é que nos ajudam a estabelecer novas formas de viver coletivamente”, pondera Carollina Lauriano, curadora da exposição. À frente do projeto Maloca-Escola e Floresta, realizado junto com índios Huni Kuins, no Acre, Simone Fontana tem o resgate de elementos da história ameríndia como centro de sua pesquisa artística.
Realizada em parceria com o MARP (Museu de Arte de Ribeirão Preto), Casa Abaeté, Secretaria da Cultura e Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, a exposição “Fragmentos do Ser e do Sentir” integra a programação de comemoração dos 30 anos do Museu de Arte de Ribeirão Preto (MARP), e do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 (#RP1922). O evento conta com apoio da Uberhaus Móveis e Ambientes Planejados e tem entrada gratuita, sempre às terças e quintas-feiras (10h às 12h / 14h às 18h); e aos sábados (10h às 13h). Informações e agendamento pelo telefone 16 | 99188-3395.
Agenda Tarsila
Por fazer uma referência comemorativa aos 100 anos da Semana de Arte Moderna, a exposição “Fragmentos do Ser e do Sentir” foi recomendada pela Agenda Tarsila, desenvolvida pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo. Lançada em setembro do ano passado, a agenda é um braço fundamental do projeto “Modernismo Hoje”, concebido pela pasta para celebrar o legado da Semana de Arte Moderna de 1922. A iniciativa é um guia especial e único sobre a temática. Além de acompanhar a programação, o público pode conferir a história do movimento modernista, curiosidades, galerias de fotos, entrevistas exclusivas com familiares, artistas contemporâneos e pesquisadores dos principais personagens que lançaram tendência no Movimento Modernista. O projeto também disponibiliza conteúdo nas redes sociais (Instagram, Twitter, Facebook, TikTok e Youtube) com diversas novidades envolvendo o centenário. Toda a gestão e produção da Agenda Tarsila é realizada pela Organização Social Amigos da Arte.
Serviço
Exposição “Fragmentos do Ser e do Sentir’
Data: até 11 de junho
Local: Casa Abaeté (rua Visconde de Abaeté, 820) - Jardim Sumaré
Visitação: terças e quintas, de 10h às 12h e de 14h às 18h; sábados, de 10h às 13h | com agendamento para visitas guiadas.
Classificação: livre
Acesso: gratuito
Informações: 16 | 99188-3395