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Marcio D’Olne Campos |
Projeto on-line e gratuito da Fundação do Livro e Leitura promove bate-papo entre o doutor em Física e antropólogo, Marcio D’Olne Campos, e a educomunicadora, Adriana Silva. Conversa está disponível pelo canal do YouTube e Instagram da instituição
Ribeirão Preto (SP) - 8 de julho de 2021 - Qual a importância das diversas leituras de mundo no ambiente da educação? Essa foi a questão central colocada em debate pelo projeto 40tena Cultural na noite de terça-feira (06/07). O evento, realizado pela Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto em ambiente 100% digital, recebeu Marcio D’Olne Campos para um bate-papo com os internautas em torno do tema “Paulo Freire – 100 anos: ler o mundo é essencial”, celebrando o centenário de nascimento do principal educador brasileiro e considerado um dos maiores pensadores da pedagogia mundial.
Mediado por Adriana Silva, curadora da Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto e vice-presidente da Fundação do Livro e Leitura, o doutor em Física e antropólogo, Marcio D’Olne Campos falou sobre como se deu a aproximação de um físico com a questão das variadas possibilidades de leituras e compreensões do mundo, e sobre como conheceu, trabalhou e se tornou um estudioso da obra de Paulo Freire.
“A principal influência de Paulo Freire na minha vida foi me fazer prestar atenção nas coisas, gostar de gente e expandir meu pensamento para outras rotas e veredas que não as da Física”, explicou Campos.
Essa percepção rendeu tanto, que ele ampliou a citação “Ler o mundo é essencial” (slogan da Fundação) para o plural, enfatizando que há mundos diversos. E não apenas um, fechado e hermético. “Mundo não pode ser singular. Tem que ser plural”, sublinhou.
O físico e antropólogo falou também sobre a prática de uma educação que proporcione, especialmente às crianças, o exercício de leituras de mundo que sejam mais amplas e abrangentes e considerem, como prioridade, a própria percepção de mundo que cada criança carrega em si.
“A capacidade de assimilação de um livro é melhor quando você já leu o mundo a vida inteira além do livro. Não é um livro que te remete à leitura do mundo. É a leitura do mundo que te permite assimilar, entender, compreender e analisar melhor o que você lê no texto”, disse Marcio, que trabalhou com Paulo Freire na Secretaria Municipal de Educação da cidade de São Paulo, durante a gestão da prefeita Luiza Erundina (1989-1992).
Questionado por Adriana Silva sobre sua perspectiva de reversão do tempo pandêmico em que vivemos de forma mais preparada para outros mundos, Marcio D’Olne Campos respondeu com seu neologismo abençoado por Paulo Freire: SULear. Antônimo de nortear.
“Obedecemos, importamos e publicamos livros didáticos e textos de internet de orientação escolar com regra prática que é do Norte. E assim se norteia nossa educação.”, destacou Marcio. “Nesse contexto, temos padrões criados por outras pessoas, que a gente replica achando que é óbvio. Mas é preciso pensar e repensar esse óbvio. E descobrir um outro jeito de ler o mundo”, finalizou.
Para conferir essa conversa na íntegra, pode acessar o YouTube ou Instagram da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto:
Link do vídeo no YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=QnbjfRlNVRg
Link do vídeo no Instagram: http://www.instagram.com/tv/CRAVv3yJVno/
O projeto 40tena Cultural
O projeto 40tena Cultural, que começou em março de 2020 com uma programação consecutiva, já realizou mais de 120 atividades e interagiu com mais de 40 mil pessoas. O 40tena Cultural, realizado pela Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, tem como proposta incentivar as pessoas a ficarem em casa durante o período de isolamento social, em virtude da pandemia do coronavírus (Covid-19). Semanalmente, são divulgadas atividades que abrangem desde as transmissões ao vivo com artistas e convidados até contação de histórias para crianças, shows, dicas e discussões de livros. Para acompanhar a programação semanal, basta acessar as redes sociais da Fundação do Livro e Leitura:
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Sobre a Fundação
A Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto é uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos. Trata-se de uma evolução da antiga Fundação Feira do Livro, criada em 2004, especialmente para realizar a Feira Nacional do Livro da cidade. Hoje, é considerada a segunda maior feira a céu aberto do país. Em 2020, a Feira tornou-se internacional e entraria na 20ª edição. Por isso, recebeu recentemente nova identidade, apresentando-se como FIL (Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto), mas sua realização foi remarcada para agosto de 2021, devido à pandemia do novo Coronavírus.
Com uma trajetória sólida e projeção nacional e agora internacional, ao longo de seus 20 anos, a entidade ganhou experiência e, atualmente, além da Feira, realiza muitos outros projetos ligados ao universo do livro e da leitura, com calendário de atividades durante todo o ano. A Fundação se mantém com o apoio de mantenedores e patrocinadores, com recursos diretos e advindos das leis de incentivo, em especial do Pronac e do ProAc.
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Colaboração: Regina Oliveira