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Vacinação contra a dengue começa neste mês em 22 municípios do estado; infectologista do Hospital Vila da Serra destaca a importância da vacinação para a prevenção da doença
O Ministério da Saúde divulgou quais as cidades do Brasil receberão a vacina Qdenga contra a dengue, neste mês de fevereiro, e 22 municípios de Minas estão entre as 521 localidades listadas pelo órgão federal, porque fazem parte das regiões consideradas endêmica para a doença.
Para o médico Cristiano Galvão, infectologista do Hospital Vila da Serra, a vacinação chega em um momento oportuno, devido ao aumento de casos registrados, principalmente no estado.
“A dengue causa inicialmente uma inflamação, sintomas de febre, dor de cabeça e dores no corpo. Mas o que é preciso estarmos mais atentos é com as pessoas infectadas com o vírus pela segunda vez, pois têm um risco significativamente maior de desenvolver doença grave. Por isso, essa vacina disponibilizada pelo SUS é de extrema importância”, ressalta o infectologista.
A dengue é uma arbovirose urbana mais prevalente nas Américas, principalmente no Brasil. Essa doença tem desafiado, ano após ano, a saúde pública do país. A primeira tentativa com vacinas para frear a proliferação do mosquito Aedes aegypti foi com a Dengvaxia, desenvolvida pela farmacêutica Sanofi, e aprovada em 2015 por várias agências regulatórias globais, incluindo a Anvisa.
O infectologista do Hospital Vila da Serra informa que a nova vacina, a Qdenga, irá priorizar, inicialmente, a população de 10 a 14 anos por ser um público-alvo que não teve exposição à dengue tipo 3.
“Temos uma parcela significativa da população com até 15 anos que não foi exposta, porque o tipo 3 apareceu pela última vez em 2008. Isso os torna suscetíveis à infecção por esse vírus, por isso, o público prioritário será esse estipulado pelo Ministério da Saúde”, explica.
O primeiro lote da vacina chegou em janeiro deste ano ao Brasil com cerca de 757 mil doses.
O que é a dengue?
O vírus dengue (DENV) é um arbovírus transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti e possui quatro sorotipos diferentes (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). O período do ano com maior transmissão da doença ocorre nos meses mais chuvosos de cada região, geralmente de novembro a maio.
O acúmulo de água parada contribui para a proliferação do mosquito e, consequentemente, maior disseminação da doença. É importante evitar água parada, porque os ovos do mosquito podem sobreviver por um ano no ambiente.
E quais as diferenças entre QDenga e Dengvaxia?
Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia, a Dengvaxia do laboratório Sanofi Pasteur é uma vacina tetravalente, com vírus vivo atenuado, possui três doses com intervalo de seis meses entre as doses, e é somente indicada para quem já teve dengue (soropositivos).
A Qdenga do laboratório japonês Takeda é vacina tetravalente com vírus vivo atenuado, são duas doses com intervalo de três meses entre cada uma, independentemente de ter tido ou não dengue previamente. (soronegativos e soropositivos).
E a eficiência da Qdenga?
De acordo com a Anvisa, para a imunização completa com a Qdenga são necessárias duas doses. A partir de 30 dias após a segunda dose, a eficácia da vacina é de 80,2%. No entanto, quando analisados apenas casos mais graves, que requerem hospitalização, a Qdenga oferece proteção de 90,4%.
A vacina demonstrou ser eficaz contra o DENV-1 (69,8%), DENV-2 (95,1%) e DENV-3 (48,9%). A eficácia contra o DENV-4 não pôde ser avaliada nesse período, devido ao insuficiente número de casos de dengue causados por esse sorotipo durante o estudo realizado pelo laboratório responsável.
Quem pode vacinar?
De acordo com a Anvisa, a Qdenga é indicada para pessoas de 4 a 60 anos. Pode receber o imunizante quem já teve dengue e também quem nunca foi infectado. No entanto, gestantes, lactantes e pessoas com alergia a algum dos componentes presentes no imunizante, quem tem o sistema imunológico comprometido ou alguma condição imunossupressora não podem ser vacinadas com a Qdenga.
Quem aprovou a vacina Qdenga?
O registro foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023. Desde então, a aplicação está autorizada no país, e as doses passaram a ser comercializadas em clínicas particulares.
Em Belo Horizonte, o imunizante pode ser encontrado em drogarias e laboratórios com preços que variam de R$ 349 até R$490 cada dose.
Confira quais municípios receberão a vacina neste primeiro lote:
http://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/dengue/vacinacao