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Hospital São Francisco celebra a vida com palestras sobre doação de órgãos, saúde mental e segurança do paciente
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O Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF-RJ) promoveu, entre os dias 23 e 26 de setembro, a edição 2024 da Semana da Conscientização à Vida. O evento foi direcionado não só a profissionais de saúde, mas também ao público em geral. Cento e vinte pessoas se inscreveram para acompanhar, gratuitamente, as palestras apresentadas por profissionais do hospital e especialistas convidados. Programada para promover discussões que melhorem a assistência, a quinta edição do evento começou, como já é tradição, com uma missa solene em homenagem aos doadores de órgãos e seus familiares, presidida pelo Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, Orani Tempesta. Ele enfatizou que é uma alegria poder abrir a programação que destaca temas tão relevantes e também frisou o papel fundamental que o hospital desempenha como o maior centro transplantador renal e hepático do estado, com procedimentos realizados em quase sua totalidade pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Em seu discurso de boas-vindas na abertura da programação científica, o diretor administrativo do HSF, Márcio Nunes, chamou a atenção para o fato de que, apesar de tratar de três temas bem diferentes, o evento tem um elo comum a todos: a vida. “Estamos celebrando a vida em todos os sentidos: em sua continuidade, importância e inestimável valor”, declarou.
O tema doação de órgãos foi abordado pelas enfermeiras Viviane Solis e Patrícia Lamiz, representantes da Organização de Procura de Órgãos, a OPO Norte, que funciona no HSF. As representantes falaram sobre a busca ativa de doadores de órgãos e os principais desafios. A enfermeira Bianca do Vale, que é coordenadora do núcleo de acolhimento e entrevista familiar do RJ Transplantes, ministrou um minicurso sobre o assunto visando ajudar no entendimento do processo dos pacientes que estão com critério de morte encefálica, e como identificá-lo.
O protocolo do coração parado foi o tema tratado por Lindalva Souza, enfermeira da equipe da Comissão Intra-Hospitalar para Doações de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do Hospital Federal de Bonsucesso e do Doe + Vida e Tatiane Gargano, enfermeira responsável pela área técnica de multitecidos do Banco de Tecidos do Instituto Nacional de Ortopedia e Traumatologia, serviço pioneiro que atende a hospitais de todo o país. Tatiana explicou que diferentemente do que acontece com a retirada de órgãos, que necessariamente deve ocorrer com o coração batendo após a detecção da morte cerebral do doador, os tecidos podem ser retirados com o coração parado.
“Não deveríamos ter fila de pessoas à espera de tecidos, mas temos. A fila de córnea é a segunda maior do país. No estado do Rio, em torno de 5 mil pessoas aguardam por um transplante de córnea. E no ano passado, que tivemos um recorde de cirurgias de transplante de córnea, realizamos 610 procedimentos. Mas é importante dizer: todo paciente que vai a óbito é um potencial doador de tecidos, como córnea, pele e ossos. Também podem ser doadas veias e valvas cardíacas, mas não fazemos esta captação no Rio de Janeiro”, disse. Tatiane explicou ainda que os tecidos doados não têm risco de rejeição, pois são preparados e processados para que possam ser encaminhados aos receptores e reforçou que ainda há muito desconhecimento sobre o assunto. “Vários familiares não autorizam a retirada da pele de seu ente querido, imaginando que vamos retirar a pele do rosto, o que inviabilizaria o velório com caixão aberto. Mas não fazemos isso”, esclarece.
Lindalva Souza chamou a atenção para os requisitos básicos para doar. É preciso atender a alguns critérios, como ter a identificação civil e saber a causa da morte conhecida. “O corpo deve ser refrigerado, para manter os tecidos e permitir que a equipe de captação faça o seu trabalho. Caso não seja refrigerado, a retirada tem que ser feita em até 6 horas. Se houver refrigeração, ampliamos esse prazo para 24h. E é imprescindível ter a autorização da família”, disse. Temas como os desafios de médicos em grandes hospitais de trauma e empatia com a dor e o sofrimento foram debatidos por cinco especialistas convidados que participaram de uma mesa redonda.
No dia dedicado à saúde mental e à valorização da vida, a psicóloga e coordenadora técnica de saúde mental do Instituto de Pesquisa, Prevenção e Estudos em Suicídio (IPPES), Monica Paes, trouxe importantes reflexões com a palestra ‘Vida, Morte e Luto’, abordando a complexidade emocional do luto e enfatizando que ele é um processo singular e subjetivo e ressaltou que o apoio psicológico é fundamental para enfrentar esses desafios e preservar a saúde mental. “O luto é uma vivência de cada um, onde cada um vai ter o seu tempo e diversos fatores podem, às vezes, dificultar esse luto. Mas é importante a gente viver pelas diversas fases desse luto, pois isso perpassa também a saúde mental. E a gente precisa de alguns pilares como a espiritualidade, suporte da equipe e de familiares para conseguir passar por esse processo e conseguir manter a saúde mental\", comentou.
Na sequência, a assistente social do IPPES, Danielle Fonseca, apresentou a palestra ‘O Sentido da Vida’, que enfatizou a temática do setembro amarelo fala mais sobre a vida do que a morte. “O mês é mais voltado para prevenção ao suicídio e acabamos deixando de falar da vida. E aqui, nesse contexto hospitalar, é muito importante, porque estamos falando de cuidar de quem cuida. Além de ter que lidar com as suas próprias dores, os profissionais precisam lidar com as dores dos outros. Então é muito importante esse momento. Eu quero parabenizar o hospital por essa iniciativa, porque todas as vidas importam e para cuidar, todos precisam estar bem. Esse é um momento muito importante que cada profissional pode parar e refletir sobre sua vida e depois olhar para o outro”, completou. O psiquiatra Rafael Botelho, que faz parte da equipe do Polo de Atenção Integral à Saúde Mental (PAI), e a psicóloga Fátima Mangueira completaram a programação do dia, falando sobre a valorização à vida e sobre as perspectivas de familiares e equipes de assistência, respectivamente.
A temática segurança do paciente encerrou a programação da Semana de Conscientização à Vida. O diretor Regional da MedSênior-RJ, Carlos Lobbé, falou sobre a importância da comunicação de eventos adversos. “É fundamental revelar o que tradicionalmente se mantinha em segredo dentro das instituições de saúde, abrir um diálogo honesto, empático e oportuno entre pacientes, familiares e a equipe de assistência”, destacou. De acordo com ele, os avanços técnicos e a padronização de procedimentos não foram suficientes para reduzir de forma significativa a ocorrência de eventos adversos e o movimento atual é criar uma cultura de alta confiabilidade nas instituições. “Muitas pessoas optam por não notificar erros e eventos adversos por medo da punição, mas na maioria dos erros, a falha é do sistema. Identificar o culpado é o início e não o fim da análise e o caminho para mudar isso é investir em treinamento e capacitação das equipes. Treinar, treinar e treinar”, apontou o gestor.
O coordenador de Qualidade e Risco do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP-RJ), Vanderlei Timbó, abordou um tema fundamental na questão do manejo de erros adversos: a segunda vítima, que é o profissional de saúde. Ele frisou que é fundamental dar suporte ao colaborador e que as instituições devem criar estratégias para auxiliar a chamada segunda vítima. “Esse profissional deve ser acompanhado, pois pode apresentar respostas emocionais que variam de sono de má qualidade e sentimento de culpa e medo a abuso de drogas e até ideação suicida”, alertou. Vanderlei ressaltou que é importante que os profissionais desenvolvam estratégias pessoais para enfrentar este momento, como reconhecer suas próprias emoções, procurar por suporte e ajuda profissional e fazer uso de práticas de relaxamento.
Ministrada por João Lucena, integrante da Câmara Técnica de Segurança do Paciente do Conselho Federal de Medicina (CFM), a palestra ‘Errar é humano’ trouxe uma reflexão sobre o tema. “Um piloto de avião não decola sem que antes esteja tudo adequado na aeronave. Se o motor da direita não estiver funcionando, não dá para prosseguir viagem só com o da esquerda. Da mesma forma também tem que ser com a assistência prestada dentro do hospital. Não podemos negligenciar as exigências para um bom atendimento médico. Errar é humano, mas há mecanismos para evitar o erro e o evento adverso, como as barreiras de proteção, a supervisão, a avaliação periódica, o aumento da percepção das condições latentes dentro do ambiente de trabalho e o cumprimento dos protocolos”, finalizou.
Paralelamente à programação científica, o público e palestrantes tiveram a oportunidade de visitar a exposição ‘A vida é bonita’, formada por pinturas e fotografias produzidas por pacientes psiquiátricos internados no PAI. Foi também criada uma sala com uma ambientação especial para induzir ao relaxamento, com música suave, iluminação fraca e aromas reconfortantes.

Editorias: Saúde  
Tipo: Pauta  Data Publicação:
Fonte do release
Empresa: SB Comunicação  
Contato: Nathália Vincentis  
Telefone: 21-37984357-

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