O último dia do 8º Fórum de Manufatura, o principal evento do setor do País, trouxe temas relevantes, apresentados e discutidos por líderes e executivos de renomadas empresas nacionais e internacionais e entidades. Abaixo, um resumo dos assuntos abordados durante o evento, que aconteceu nos dias 26 e 27 de agosto, no Novotel São Paulo Center Norte, São Paulo.
Painel de Abertura
No painel de abertura sob o título “Caminhos traçados por empresas que se desenvolvem e prosperam no Brasil”, mediado por Sidney Leite, advisory board, teve a participação de Giordania Tavares, CEO da Rayflex, e Evandro Privatti, latam manufacturing diretor da General Mills.
Giordania destacou sua trajetória dentro da empresa familiar, fundada por seu pai, hoje aposentado. Atualmente, a empresa é um case de sucesso, pois conseguiu, através de uma gestão eficiente e profissional, derrubar os tabus que cercam uma empresa de caráter familiar e continuar crescendo.
Presente em mais de 100 países e em mercados consolidados, a General Mills considera o Brasil emergente e prioritário para a companhia. Com mais de 5 mil funcionários no País, Privatti comentou os desafios do mercado nacional e sua complexidade, daí a importância de participar do 8º Fórum de Manufatura.
Tivit
Daniel Calero, executivo de Inovação e Transformação Digital na TIVIT, abordou o tema “Como a IA está maximizando resultados na indústria”. Na palestra, ressaltou o impacto da experiência prática da inteligência artificial nos negócios, nas pessoas e na sociedade, dando exemplos concretos e casos práticos de sucesso com resultados significativos.
Cogtive
Na palestra “A nova era na gestão da manufatura – gerentes potencializados por IA” de Reginaldo Ribeiro, CEO da Cogtive, foram exibidos estudos de empresas que adotaram tecnologias e alcançaram novos níveis de competitividade, destacando-se em mercados cada vez mais exigentes. “A integração de IA no chão de fábrica permite uma produção mais eficiente e personalizada, atendendo melhor às demandas dos clientes e melhorando a qualidade dos produtos. Além disso, a IA está facilitando a implementação de metodologias avançadas de produção, como a manufatura aditiva e a manutenção preditiva. Tais tecnologias estão transformando a maneira como os líderes gerenciam suas operações, permitindo uma abordagem mais proativa e menos reativa.”
QAD Redzone
Um sistema de produção inovador, desenvolvido especificamente para mitigar problemas pelo setor de manufatura foi o foco da apresentação de Daniel Savi, projetc manager da QAD Redzone, na palestra “Como aumentar a produtividade e reduzir a rotatividade dos colaboradores”. Savi compartilhou a metodologia aplicada pelo sistema, assim como os resultados de um estudo comparativo realizado em 1.000 plantas de manufatura, cujo resultado foi um aumento médio de 29% na produtividade e uma significativa redução nos custos de mão de obra.
Efeso South America
Ariadne Garotti, VP & Managing Director da Efeso South America, apresentou a palestra “A integração da excelência operacional em toda a cadeia de valor E2E”, destacando a importância atual da integração dos elos da cadeia de valor de ponta a ponta. “No passado, existia apenas o foco na fábrica ou em processos industriais; no entanto, hoje a preocupação está direcionada desde o início da cadeia com a definição clara da estratégia do negócio até a chegada do produto no cliente, de forma totalmente integrada e sincronizada”. Também expôs como a plataforma digital pode ser uma grande aliada na eficiência da cadeia de valor, trazendo agilidade, dados em tempo real e o conceito de menos papel dentro das operações.
Tupy
Na palestra “Tecnologias para uma descarbonização viável”, de André Ferrarese, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento, da Tupy S.A. abordou sobre a necessidade de urgência nos processos de descarbonização e transição energética, uma vez que o mundo ainda é muito dependente do crescimento do consumo de energia, como meio de reduzir desigualdades sociais. “Cada nação deve organizar os melhores processos segundo suas possibilidades naturais e tecnológicas. Destaque para as soluções dispostas no Brasil e como a pesquisa e o desenvolvimento auxiliam na busca de um caminho promissor e na integração entre setores diferentes da indústria brasileira”.
Tractian
Na apresentação “Estudos de casos sobre o impacto da IA na manutenção”, de Pedro Piovesan, diretor de Engenharia de Aplicações e sócio da Tractian, discorreu sobre o uso da IA na manutenção preditiva, citando exemplos de cases de sucesso em empresas de diferentes segmentos. “Antes, a manutenção era vista como um custo e, hoje, é um fator empreendedor de receita e dinheiro para as indústrias”.
Saint-Gobain Sekurit
Resetar modelo preestabelecido, simplificá-lo e só implementar o que realmente traz resultados. Em síntese, foi a abordagem de Alessandra Rhoden, diretora de Qualidade, WCM e Transformação Digital da Saint-Gobain Sekurit, na palestra “WCM hoje! Modelo bem-sucedido, reformulado e atualizado pela digitalização”. Na palestra, ela apresentou a planta Silver da empresa, com operadores sugerindo novos relatórios e treinamentos em Power BI, garantindo resultados operacionais consistentes e sustentáveis, sendo um dos alicerces da estratégia e do sucesso do negócio.
Randoncorp
Na apresentação “Como montar equipes de alto desempenho?”, Fernanda Paula Bergamini, diretora de operações da Randoncorp, destacou a importância de seu trabalho, quando foi contratada há 4 meses para trabalhar na unidade de Araraquara da companhia, que estava naquele momento com baixo desempenho operacional. “Em 75 anos de atuação da empresa, eu fui a primeira mulher a assumir um cargo de direção”, citou, acrescentando, ainda, a importância da diversidade e diferentes perfis dentro de uma equipe para um resultado sustentável.
Volkswagen
Não existe uma receita mágica quando o assunto é transformação cultural. Esta foi a tônica de Wilson Zatti, Head de Manufatura – planta Taubaté da Volkswagen, na palestra “Transformação cultural na manufatura e alta performance: pessoas no centro de tudo”. Na oportunidade, Zatti ressaltou como foi feita a transformação cultural em Taubaté, a segunda planta da companhia fora da Alemanha, e que durante 42 anos produziu a marca Gol. “Diante das incertezas do novo produto Polo Track, os 2.200 funcionários envolvidos na manufatura tiveram que se dedicar à criação do novo veículo. Para tanto, basicamente, foram sete os pilares que nortearam as mudanças: comunicação, treinamento, desenvolvimento de talentos, diversidade, celebrações, novas culturas e ambientes”.
Fundação Certi
A digitalização da indústria representa uma transformação na forma como as empresas operam e competem globalmente. Esse foi o assunto da palestra \"Digitalização da produção: cases de aumento da competitividade industrial através da relação entre ICT e empresas”, por Carlos Alberto Fadul Corrêa Alves, diretor executivo da Fundação Certi. Alves citou exemplos práticos de projetos de sucesso da Fundação com empresas, demonstrando como a colaboração entre Instituições de Ciência e Tecnologia (ICT) e indústrias impulsiona a competitividade, através da implementação de projetos de Indústria 4.0. “Pretendemos demonstrar que a digitalização da indústria não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para as empresas que desejam manter sua competitividade no mercado global. Ressaltamos que o desafio tecnológico para implantação das tecnologias da indústria 4.0 requer metodologias robustas, parceria e colaboração para alavancar a transformação digital, promovendo um futuro mais digital e eficiente para o setor industrial.
PALESTRANTE INTERNACIONAL
O grande tema esperado foi a palestra internacional “Como avaliar sua implementação de indústria 4.0”, ministrada por Dr. Ing. Sebastian Schmitz, Senior Manager – Industrie 4.0 Maturity Center, da Alemanha, que reuniu público expressivo. No início de sua apresentação, ele indagou “O que é indústria 4.0 e sua aplicabilidade? A resposta de Schmitz veio através de exemplos como os dados que o operador lê para saber como operar a máquina, até os dados que servem de parâmetros para a condução da alta gestão empresarial. Para reforçar essa colocação, citou a frase “O que pode ser medido pode ser gerenciado”, do grande economista, norte-americano, Peter Drucker.
O palestrante enfatizou que não basta ter os dados, eles precisam estar conectados e compartilhados entre os departamentos da própria organização e clientes. “É preciso ter um olhar mais atento não apenas aos aspectos técnicos, mas também de transformação”.
Destacou que, em alguns casos, ainda não é realidade usar a IA na produção de dados, os dados são utilizados de forma manual. “E isso, será um problema no futuro”, apontou. Schmitz disse que a tecnologia está mais integrada nos setores de dispositivos médicos, automobilístico e indústria química, diferentemente do segmento de mineração no qual é mais complexo a transformação digital dos processos de manufatura.
“O uso da IA ainda é baixo nas organizações, mas as empresas precisam mudar rapidamente para acompanhar seus concorrentes”. Para finalizar, o palestrante ressaltou a importância de entender o mercado onde está instalada a planta, avaliar os processos - pontos fortes e fracos -, gerenciar a transformação de maneira mais inteligente para saber onde está agora e aonde se quer chegar. Use o que está no mercado, não é preciso criar a roda!”, sentenciou.
Raízen
Fernanda Jacon e Luiz Renato Gobbo, respectivamente, gerente e diretor de Excelência da Raízen, palestraram o tema “Como a implantação do LEAD, de forma massiva, trouxe impacto a curtíssimo prazo na indústria de produção de etanol e açúcar”. Comentaram que após 3 anos, a empresa alcançou mais de 37 mil colaboradores, um milhão de horas de treinamento e ganhos acima de 400 milhões, contribuindo para o desenvolvimento sustentável. Apresentaram, ainda, cases com aumento na produção de açúcar e etanol especial, além de expressiva redução no número de acidentes, transformando o ambiente de trabalho, promovendo uma cultura de melhoria contínua em todos os níveis da organização, com foco no desenvolvimento de pessoas.
Novo Nordisk
Liderança e gestão de pessoas estiveram entre os assuntos discutidos por Reinaldo Costa, Corporate Vice President da Novo Nordisk, na palestra “Liderança humanizada e um planejamento de gestão maduro o suficiente para pensar na empresa que desejamos em 20 anos”. A liderança nas organizações precisa ser aprimorada a cada dia, sob a perspectiva de que cada ser humano é único, com personalidades e interesses diferentes. “Explorar o lado humano da liderança, nunca se fez tão necessário, no sentido de focarmos mais no aprendizado e evolução da consciência das pessoas se compararmos as métricas e aos resultados. A gestão humanizada traz uma alternativa de trabalho e de gestão diferente das maneiras tradicionais que aprendemos ao longo dos últimos anos”.
Painel de encerramento
No painel de encerramento “Como treinar, desenvolver e reter talentos com habilidades digitais”, mediado por Isis Borge Sangiovani, advisory board, participaram Marcos Fonseca Oliveira, COO da Hyundai, e Jean Paulo Silva, COO da Dexco.
Segundo Silva, treinar, desenvolver e reter talentos com habilidades digitais é crucial para qualquer organização que deseja ser competitiva e inovadora. “Para isso, temos alguns desafios que passam por um mapeamento das competências digitais necessárias (ou potenciais) à companhia, e pela identificação de talentos com potencial para o desenvolvimento dessas habilidades. Mais que o acesso a ferramentais e tecnologias, os profissionais com habilidades digitais precisam dispor de ambientes os quais as mesmas possam ser exploradas, aproveitadas e reconhecidas”.
Por sua vez, Oliveira abordou estratégias essenciais para treinar, desenvolver e reter talentos com habilidades digitais, destacando programas de capacitação interna, parcerias com instituições educacionais e certificações profissionais como métodos eficazes de treinamento. “A empresa utiliza serious games, aprimorando a experiência de aprendizado dos participantes. Esses jogos proporcionam um ambiente interativo e envolvente, facilitando a absorção de conhecimentos e o desenvolvimento de habilidades práticas. Incorporar essa ferramenta nas estratégias de treinamento pode resultar em uma equipe mais preparada e motivada para enfrentar os desafios da transformação digital.”
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