Uma fase delicada para as mulheres costuma ser a menopausa, período associado a transformações físicas e mentais, cuja condição ocorre, em geral, entre os 45 e 55 anos. “Com a queda abrupta de hormônios, como o estrogênio, a testosterona e a progesterona, a mulher pode sofrer com a instabilidade do humor, baixa libido e, em casos mais graves, depressão e osteoporose. Os implantes hormonais surgem como um aliado para amenizar o quadro, mas é preciso acompanhamento médico específico e individualizado. A informação é do ginecologista Walter Pace, Titular da Academia Mineira de Medicina e presidente do PHD Pace Hospital/Belo Horizonte.
Conforme explica Pace, “é na menopausa que os ciclos menstruais são interrompidos e os ovários passam por uma queda abrupta na produção dos hormônios – o fenômeno recebe o nome de falência ovariana. A mudança repentina pode ocasionar danos à saúde e à qualidade de vida da mulher, além de desencadear problemas sérios, como a depressão”, destaca Pace
De acordo com a Organização Mundial de Saúde - OMS, até 2030 teremos um bilhão de mulheres com sintomas da menopausa. Hoje, no Brasil, são cerca de 18 milhões de mulheres nessa condição. É um período que requer acompanhamento médico individualizado para evitar possíveis doenças e transtornos emocionais.
“Essa fase pode contribuir ainda com a falta de sono, instabilidade de humor, falta de disposição e ressecamento da vagina, pele, cabelo e unhas, bem como diminuição da secreção vaginal e, eventualmente, osteoporose. Também há uma piora da memória e, em casos mais graves, quadros depressivos”, observa o ginecologista, destacando a importância de se identificar os possíveis sinais e os sintomas relacionados à menopausa através de acompanhamento médico específico para cada caso.
“É comum mulheres procurarem por tratamentos alternativos com base em antidepressivos e ansiolíticos para minimizar os impactos da depressão durante o período da menopausa. Infelizmente, em vez de tratar a causa (a queda dos hormônios), são utilizados medicamentos antidepressivos que causam dependência e uma série de efeitos colaterais, sendo que, muitas vezes, apenas com o tratamento hormonal as pacientes já podem sentir melhoras significativas. ”
Diagnóstico e Tratamento – De acordo com Pace, é muito importante que se faça um diagnóstico diferencial com um médico de confiança para compreender o que de fato é uma doença psiquiátrica ou uma questão relacionada à carência de hormônios. “Os hormônios não fazem mal à saúde. Aliás, eles são substâncias produzidas pelo nosso corpo e são essenciais à vida. O que faz mal é a carência ou o excesso deles, ou seja, o desequilíbrio hormonal causado pela falência do ovário da mulher”, esclarece o médico ao reafirmar que o tratamento com o implante hormonal é extremamente eficaz e seguro na realização da reposição de hormônios bioidênticos (isoidênticos) – similares às substâncias produzidas pelo corpo (estrogênio, testosterona e progesterona) – e deve ser indicado para as mulheres durante a menopausa.
O procedimento, explica Walter Pace, é realizado por meio da implantação subcutânea de um segmento de tubos de silicone semipermeáveis. Esses tubos medem entre 4 cm a 5 cm e comportam cerca de 40 mg a 50 mg de substâncias hormonais, a exemplo do estradiol, da testosterona, além da gestrinona. “Quando bem indicados e de forma individualizada, o estradiol e a testosterona, além da gestrinona, ajudam a melhorar de maneira significativa a autoestima e o bem-estar, promovem disposição física e mental, alívio da ansiedade, redução da instabilidade de humor, melhora a secreção vaginal e a libido, reduz a gordura corporal e aumenta a massa muscular. Além disso, e muito importante, auxiliam em questões ligadas aos sintomas da depressão”, conclui.