Após meses de estudo intensos, chegam as tão esperadas férias de julho. Para alguns alunos, é momento de relaxar. Para outros, aprofundar nos estudos, principalmente em ano de vestibular. Mas sempre surge a dúvida: seria mesmo uma boa ideia?
Para a professora Pollyana Fantini, da Salinha Bioquímica, curso pré-vestibular voltado principalmente para candidatos à medicina, a resposta é simples: “Estudar durante as férias é mais um daqueles dilemas que são resolvidos com equilíbrio”. Segundo ela, as férias daqueles que estão prestes a fazer vestibular, principalmente para medicina (curso muito concorrido), não são para tirar o atraso nos estudos, assim como não são para abandonar completamente as apostilas.
“O abandono completo dos estudos leva a uma espécie de letargia mental que, por inércia, assim que voltar às aulas, faz com que o aluno não entre no ritmo tão rapidamente. Isso pode ser grave, já que o segundo semestre tende a ser mais pesado”, explica. “Por outro lado, não descansar de verdade, principalmente a parte emocional, pode condenar o estudante à estafa, o que diminui suas chances de estar apto para se sair bem no dia da prova”, acrescenta Pollyana.
Estudar deve ser um hábito
O equilíbrio nos estudos é importante durante todo o período escolar. De acordo com a “teoria dos 21 dias”, que surgiu na década de 50 e se baseia nas percepções do doutor e cirurgião Maxwell Maltz, uma pessoa leva pelo menos 21 dias para adquirir um hábito. “Estudar também deve ser um hábito, e as férias podem ser usadas para mantê-lo, em vez de quebrá-lo”, afirma a professora Tatty Carvalho.
“O aluno precisa desenvolver o mindset crescente e entender que é capaz de estabelecer uma rotina de estudo, mesmo nas férias. É a mentalidade dele sobre isso que o ajuda no sucesso”, explica Tatty. Segundo ela, o mindset crescente diz que somos capazes desenvolver nossas habilidades de acordo com a dedicação e esforço.
Nas férias, 20 minutos por dia são suficientes
Com o direcionamento de professores experientes é possível descansar como se deve e ainda assim voltar das férias com a mente aquecida para continuar o aprendizado.Uma estratégia para orientar o estudo do aluno nesse período é preparar listas de exercícios, com uma questão de cada tema estudado no primeiro semestre. “Deve ser uma lista que, em geral, os alunos consigam resolver em 20 minutos. Fazendo uma dessa por dia, de segunda a sexta, o aluno estará livre nos fins de semana, e retorna descansado, com o cérebro aquecido e confiante por saber que conseguiu rever tudo que já foi aprendido”, afirma Pollyana.
Além disso, já prevendo o quão difícil é manter o ritmo de estudo no segundo semestre, os professores devem ensinar as matérias de maior importância e maior nível de dificuldade no primeiro semestre. “Assim, o aluno que retorna das férias tem mais tempo para se dedicar ao controle emocional e amenizar a exaustão característica da reta final”, analisa Tatty.
Sobre Pollyana e Tatty
Pollyana Fantini é formada em Ciências Biológicas pela UFMG e dá aulas para pré-vestibulares desde 2005, além de lecionar para escolas de referência no Brasil. Tatty Carvalho é graduada em Química pela UFMG e tem mais de 20 anos de experiência como professora. Ambas são professoras da Salinha Bioquímica, curso especializado em Biologia e Química para vestibulares de medicina e Enem.