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Ano de 2023 termina com surpresas positivas na economia, avalia José Roberto Colnaghi
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José Roberto Colnaghi, Presidente do Conselho de Administração da Asperbras
José Roberto Colnaghi, Presidente do Conselho de Administração da Asperbras

Para executivo da Asperbras Brasil, PIB mais forte, desemprego em queda e Reforma Tributária aprovada apontam para 2024 ainda melhor

O ano de 2023 termina com algumas surpresas positivas no campo da economia. A começar pelo Produto Interno Bruto (PIB), que deverá fechar este período com crescimento próximo de 3% enquanto, em janeiro, o consenso apontava para um avanço de apenas 0,8%.

Trata-se do terceiro ano consecutivo de grande descasamento entre o previsto e o realizado. Embora uma explicação definitiva ainda esteja em debate, os economistas acreditam que a resiliência dos segmentos menos impactados pelos ciclos econômicos e o significativo avanço da renda das famílias tiveram papel importante no desempenho da economia este ano.

“É possível ainda que o crescimento potencial do Brasil tenha aumentado”, diz José Roberto Colnaghi, presidente do Conselho de Administração da Asperbras, grupo que atua em diversos setores da indústria e do agronegócio. “Isso seria resultado das reformas estruturais, como a trabalhista e da Previdência, realizadas nos últimos anos.”

Setores de recursos naturais, naturalmente menos afetados pelos ciclos econômicos, tiveram um resultado muito bom no primeiro semestre de 2023, quando o PIB cresceu 3,8%. As indústrias extrativas registraram avanço 8,3% e a espetacular safra de 320 milhões de toneladas de grãos fez a agropecuária crescer 22%.

A melhora do mercado de trabalho tem ajudado a sustentar a renda das famílias. A taxa de desemprego no trimestre, que terminou em outubro, ficou em 7,6%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

É a taxa mais baixa desde o trimestre móvel encerrado em fevereiro de 2015. Agora, o Brasil tem 100,2 milhões de pessoas ocupadas, um recorde histórico.
A melhor notícia é que esta queda no desemprego foi puxada pelo crescimento dos empregos formais, ou seja, com carteira assinada. Desde janeiro de 2015, o Brasil não tinha tantas pessoas com registro em carteira. O contingente total (excluídos os empregados domésticos) alcançou 37,4 milhões de pessoas.

Outro fator que impactou a renda este ano foi a relevante expansão do Bolsa Família. O programa assistencial federal passou de 14 milhões de pessoas atendidas (com custo de 0,4% do PIB) em 2019, antes da pandemia, para 21 milhões de pessoas atendidas (com custo de 1,6% do PIB).

Além disso, já quase no apagar das luzes de dezembro, o Congresso Nacional aprovou a tão esperada Reforma Tributária. “É a mudança econômica mais importante desde o Plano Real”, ressalta José Roberto Colnaghi, para quem a mudança no sistema de cobrança de impostos sobre consumo é uma conquista de toda a sociedade brasileira.

Foram mais de 30 anos de discussões até se chegar a um consenso, mas agora o país terá um sistema tributário mais moderno, transparente e alinhado às melhores práticas internacionais, simplificando a vida de quem gera emprego e renda no Brasil.

O ano de 2024 ainda será de intenso debate em torno das leis complementares que regulamentarão a reforma. A partir da promulgação, o governo tem 180 dias para mandar os projetos de leis para o Congresso, onde este detalhamento será decidido.

Os ganhos decorrentes da Reforma Tributária irão se materializar ao longo dos anos. A expectativa é o PIB potencial do Brasil aumente entre 12% e 20% em um prazo de dez a 15 anos, de acordo com estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Por fim, no campo das incertezas, ainda prevalecem dúvidas quanto ao resultado fiscal das contas públicas, apesar de o Congresso Nacional ter aprovado um novo arcabouço no primeiro semestre de 2023.

O aumento das despesas está em linha com o registrado nos últimos anos, mas as discussões em torno do provável déficit de 2024 vira um ruído que termina por contaminar o mercado, impactando negativamente o câmbio e os juros.

A meta do governo é de contas equilibradas no próximo ano, porém, a expectativa dos agentes financeiros é de um déficit de 0,8%. Até 2026, não há previsão de superávits. Resta esperar que a agenda econômica responsável avance e, mais uma vez, as surpresas positivas apareçam.

Editorias: Economia  Industria  Sociedade  
Tipo: Pauta  Data Publicação:
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Empresa: ECCO  
Contato: ECCO - Escritório de Consultoria e Comunicação  
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