O grupo teatral Coletiva Profanas apresenta o espetáculo fRuTaS&tRaNs-GRESSÃO no canal da Cia Satyros

fRuTaS&tRaNs-GRESSÃO. Histórias para Tangerinas e Cavalas-Marinhos.ou PALESTINA LIVRE! é o título da obra que a Coletiva Profanas, grupo de teatro e performance paulistano, formado na Universidade São Paulo, vai apresentar esta semana em uma parceria com a Cia Satyros.

27 de Agosto às 23h - Live entre Ivan Cabral e Manfrin
28 de Agosto às 23h - Apresentação YouTube Coletiva Profanas
29 de Agosto às 23h - Apresentação YouTube Coletiva Profanas
30 de Agosto às 23h - Apresentação YouTube Cia Satyros



O espetáculo traz além de atores, músicos que executam a trilha sonora ao vivo, fazendo com que o espetáculo fique ainda mais vivo. Em cena temos a personagem central Tangerine, que leva o público a uma discussão profunda sobre a questão de gênero, sobre o que é ser mulher, homem ou travesti. No palco, Tangerine canta, dança e fala das mágoas de também ser um corpo favelado brasileiro. Ela é híbrida, desobediente, fluída, como são os cavalos-marinhos, daí a menção no título da peça.

Tais performances e peças foram realizadas em diversos locais das cidades de Ribeirão Preto – SP, Brasília - DF e Salvador – BA, durante as trajetórias artísticas de algumas dessas artistas, que juntos completam a cinco anos. Como Coletiva Profanas foram ao todo quatro espetáculos performáticos sem incentivo público ou privado nas cidades de Salvador-BA e Brasília-DF, entre eles o solo performático, “qUeRo ERE”, com a transdramaturgia de Manfrin Manfrin, apresentado em 2016 e 2017 nas cidades de Ribeirão Preto, Brasília, São Paulo e Salvador.



“Com a premissa de que toda construção social tem seu potencial ‘performativo’ - e nisso entendemos o idioma como um construto social, ser Homem/Mulher como uma construção social - como relata a performer brasileira Eleonora Fabião em Performance e teatro: poéticas e políticas da cena contemporânea (2008)-, esta obra é um convite todes a olhar através da performatividade do corpo, que diariamente sofre tentativas de ‘padronização’ sob efeitos de uma heteronorma para atingir um padrão de ser. Problematizaremos através de uma cena quase debate, este corpo como meio de expressão identitária consciente”, explica Manfrin e cita a fala de sua personagem: “- Vocês entendem o perigo que é entender as coisas?”.



“Decidimos então por pesquisar a performance de gênero e suas possibilidades criativas dentro da cena - o que de fato faz um homem cis, ser corporeamente um homem cis? Seus gestos? Sua roupa? Sua fala? Sua consciência? A fala de legitimação do Outro? - buscando assim construir uma estética desobediente/não binárie. Não é homem nem mulher, não é teatro nem dança, nem instalação nem performance. Retomando a reflexão como prática da arte,desestabilizando o cotidiano por meio desobediência de todes as normas, pela transgressão e profanação . Acreditamos, portanto, no potencial de pesquisa continuada na relação arte e vida desta obra, onde todo o material criativo da coletiva é autoral e relacional - da dramaturgia textual à trilha sonora. É processo de transição identitária não binárie virando obra de arte”.



Sobre Tangerine



Tangerine é a personagem dessa obra. [ Is this a work of art? ]

Sozinhe ele não é mulher, não é homem nem travesti. Talvez uma drag não binárie ou um bicha afeminade agressiva que canta e dança mágoas em seu talk show solitário.

Isso não importa. O necessário é reconhecer que esse corpo é favelada, é brasileiro e canta, mesmo que em dias desafinados. Transcosmogonia Manifest[a]-da pelo Corpo em identidades de uma forma mais fluida, não engloba apenas transgêneros, lésbicas, homens cis gays e bissexuais, sendo também diálogo cis hetero e branco. Através da utilização do corpo que diariamente sofre tentativas de ‘padronização’ sob efeitos de uma norma heteronormativa, problematizaremos em cena este corpo, esta cultura como meio de expressão artística retomando tal ato como prática de arte, desestabilizando o cotidiano por meio da transgressão, da profanação e da experiência corporal, tateando as possibilidades de produzir material de investigação performática e com linguagens fluídas.Instalativamente Tangerine coloca em cena com urgência a sua realidade de corpo transitório…em transição.



-Mas de onde e para onde? - Tangerine quer chegar onde vestindo essas roupas?



Questões como nome social, identidade de gênero e subversão dos sentido se mesclam em um ‘espetáculo-quase-show’, onde dezenas de depoimentos se confundem entre realidade e imaginário. Em uma narração repleta de músicas autorais, Tangerine se desnuda na busca frenética para que aceitem seu corpo. Mais do que aceitar, ele quer que a deixem existir. Híbrida. Como cavalas-marinhos!



Sobre a residência teatral


Há um ano, a Coletiva abriu uma residência teatral na CASA 1 - casa referência de acolhimento da população LGBT de São Paulo. A oficina faz parte do processo criativo do espetáculo fRUtAS&tRANS-GRESSÃO Histórias para Tangerinas e Cavalas-Marinhos ou PALESTINA LIVRE!. Foram selecionades 30 inscritos de distintos perfis - de diferentes etnias, gêneros, tamanhos e idades, artistas e não-artistas - e maiores de 18 anos.


A Residência Profana tem como resultado final a incorporação de todos os residentes performers nas seis apresentações do espetáculo na capital paulista. A oficina-residência é uma das contrapartidas ao financiamento do projeto Frutas & Trans-gressão. Histórias para TfRuTaS&tRaNs-GRESSÃOangerinas e Cavalas-marinhos ou Palestina livre!, possibilitado por meio do Proac Nº 3, e é uma oportunidade de troca entre coletivos residentes e artistas locais. “Queremos a presença de todos, em especial, os corpos trans. Digo em especial, pois, muitas vezes não se sentem autorizados a frequentar determinados ambientes por receio, medo ou silenciamento. Neste caso, tanto a Coletiva Profana quanto a CASA 1 são espaços T.” explica Manfrin, performer do espetáculo e ministrante da residência ao lado de Zaila Be.

Editorias: Cultura e Lazer  GLTB  
Tipo: Pauta  Data Publicação: 25/08/20
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