São Paulo, outubro de 2020 - A venda de carros seminovos e usados demonstra que o setor se recupera em velocidade maior do que o esperado em algumas projeções levantadas no início da pandemia. Em agosto, a venda de seminovos e usados cresceu 10,6% sobre julho, e o recuo na comparação com o mesmo mês do ano passado foi de 3,2%, de acordo com a Federação Nacional das Associações de Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto). A entidade ainda confirmou a manutenção, na primeira semana de setembro, desse ritmo crescente das vendas.
"Com os números voltando a índices pré-COVID, o mercado de seminovos se torna uma oportunidade para o mercado automotivo brasileiro. Ao contrário da crise financeira de 2008, quando as concessionárias que tinham um estoque elevado de seminovos praticamente quebraram, no cenário atual, ocasionado pela pandemia sanitária, quem tem um seminovo consegue vender com uma ótima rentabilidade e alto giro”, afirma Marco De Mitri, sócio-diretor da AM2, consultoria especializada em soluções para tomada de decisões no varejo automotivo.
Nesse caso, vale a lei da oferta e da procura, uma vez que estão faltando carros seminovos no mercado. “Como a captação de um seminovo ocorre, em quase 80% das vezes, nas negociações de venda de veículos zero quilômetro - algo em baixa nos últimos meses, quando as montadoras repassaram sucessivos aumentos de preço, os estoques de seminovos ficaram abaixo do normal ao mesmo tempo em que têm sido os mais buscados pelo consumidor, ocasionando déficit de estoque”, conta Marcus De Bellis, sócio na AM2 Consultoria.
Nessa onda de valorização dos seminovos, está na frente a concessionária que adotou uma gestão profissional. "Com a otimização da operação, é possível aumentar a rentabilidade do negócio. Porém, como não existe uma fórmula pronta, não basta apenas ajustar o preço de venda. Para maximizar o lucro é preciso fazer a gestão de despesas, estruturas e custos inerentes a cada revenda. É uma operação trabalhosa, mas traz uma rentabilidade infinitamente maior, inclusive na comparação com o mercado de novos. Por isso, a contratação de uma consultoria faz toda a diferença", ressalta De Mitri.
A valorização dos seminovos é uma realidade que deve perdurar. "Há muito tempo o automóvel deixou de ser um investimento. Hoje é possível comprar um veículo seminovo com taxas atrativas e a mesma garantia que tem o zero quilômetro, muitas vezes oferecida pela própria montadora. O consumidor pode adquirir um seminovo com praticamente as mesmas vantagens e segurança do carro zero e por um preço menor. É uma oportunidade que o concessionário deve mostrar para o cliente", relata De Bellis.
As próprias montadoras têm programas de seminovos, principalmente no segmento premium, como BMW, VOLVO, AUDI, Jaguar/Land Rover e Mercedes-Benz. "Estes programas têm como principal diferencial agregar a garantia aos veículos seminovos da marca, que pode variar de um a dois anos. Existe todo um processo de elegibilidade de veículos que podem entrar nesses programas e seus diferenciais de revisões, atualizações de software, peças originais entre outros", finaliza De Mitri.