Impacto da Covid-19 na assistência farmacêutica
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Tema foi discutido em live promovida pela Associação Brasileira de Ciências Farmacêuticas (ABCF) em sua página no Facebook

O novo coronavírus impôs desafios para pesquisa, atendimento dos pacientes e gestão na assistência farmacêutica. “A pandemia da Covid-19 tem exigido adequações muito rápidas dos sistemas de saúde e uma produção de conhecimento científico em uma velocidade nunca vista”, argumenta Silvana Nair Leite, subcoordenora do Programa de Pós-Graduação em Assistência Farmacêutica e professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Segundo ela, neste momento, a Farmácia tem experimentando o reconhecimento como área da saúde, com grande relevância e reconhecimento social, o que resulta na responsabilidade de responder à altura.

Para Silvana, a pesquisa direcionada ao desenvolvimento, avaliação e validação de serviços, de medicamentos, de protocolos terapêuticos têm sido de fundamental. “É necessário a consolidação de métodos técnicos científicos na abordagem da Covid-19, como a avaliação de tecnologias em saúde para tomada de decisões sobre a incorporação de um novo medicamento, um novo serviço e também como metodologia de pesquisa aplicada para dar respostas importantes na área da saúde. Sem método, tudo é achismo”, ressalta.

Entre os grupos de risco apresentados na epidemia estão os idosos e pacientes com outras morbidades, como cardiopatia, diabetes, pneumatologias, fator que motiva a necessidade de pesquisa para identificar quais as condições clínicas que ocasionam maior risco desses pacientes na hospitalização e óbito pela Covid-19. “É justamente o monitoramento desses pacientes que poderá identificar quais são as condições que levam ao maior número de hospitalização”, destaca Silvana.

Silvava acrescenta, ainda, a importância de garantir às pessoas o acesso aos serviços e tratamentos. “O acesso do medicamento pelo SUS, para muitos pacientes, é a única possibilidade de tratamento. É imprescindível que os tratamentos continuem feitos durante a pandemia”, alerta.

Elton da Silva Chaves, assessor técnico do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), destaca que 150 milhões de brasileiros dependem do SUS. Segundo ele, a gestão do Sistema, aliada a aproximação com as ciências farmacêuticas, resulta na produção de conhecimento e desenvolvimento de melhores práticas na atuação do combate a Covid-19.

Quando a Covid-19 chegou ao Brasil, a primeira iniciativa dos Conasem, de acordo com Elton, foi realizar ações direcionadas para a Atenção Básica de Saúde, Atenção Especializada e para a ciência farmacêutica com o objetivo de entender como estava a capacidade para o combate do vírus.

A assistência farmacêutica se estruturou para o enfrentamento da pandemia. As farmácias públicas e privadas organizaram a logística de estoque de medicamentos e de equipamentos de proteção individual e reavaliaram as prescrições médicas para dar continuidade ao tratamento e evitar que idosos fossem às farmácias. “O farmacêutico gestor foi muito importante neste processo”, destaca Elton.

Leonardo Pereira, diretor da ABCF e professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP, afirma que a formação clínica do farmacêutico é fundamental neste momento. Leonardo argumenta que a tendência é que as pessoas com sintomas suspeitos procurem as farmácias e o farmacêutico precisa estar altamente capacitado para identificar casos de Covid-19 e saber como fazer as orientações de forma correta.  “É importante que o farmacêutico que está na ponta, tanto no setor privado como no público, tenha apoio na capacitação em serviço para estar preparado para desempenhar o seu papel dentro da equipe de saúde de forma mais adequada e atender o paciente com qualidade”.

“Estamos vendo um cenário de uso compassivo de medicamentos e por isso a necessidade de termos uma melhor formação dos profissionais de saúde para os usos de evidências e resultados de pesquisa, avaliação de resultados e sua aplicação prática”, acrescenta Silvana Leite.

Outra frente de trabalho do farmacêutico neste momento é dentro da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) dos hospitais. Segundo Leonardo, o tratamento do paciente de Covid-19 é complexo e demanda uma série de medicamentos, tornando o papel do farmacêutico dentro da UTI fundamental. “O profissional terá que trabalhar com as interações medicamentosas, ajuste e sugestão de dos e verificação de exames”, diz.

O tema foi abordado em um debate ao vivo promovido pela Associação Brasileira de Ciências Farmacêuticas (ABCF) em sua página no Facebook. Segundo Flávio Emery, presidente da ABCF, a iniciativa faz parte de uma série de atividades da ABCF para divulgação de assuntos de interesse tanto para a comunidade acadêmica quanto para toda a sociedade, esclarecendo diversos temas relacionados a área da Farmácia. O debate na íntegra está disponível no link https://bit.ly/impacto_covid

Editorias: Saúde  
Tipo: Pauta  Data Publicação: 22/05/20
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