*Sérgio Dias, Diretor de Canais LATAM da Forcepoint
A área da Tecnologia avançou exponencialmente nos últimos, e praticamente na mesma medida cresceram os desafios trazidos por ela. Ataques cada vez mais sofisticados, mais vetores de entrada a serem amparados por empresas e grupos de cibercrime cuja atuação já se assemelha a de corporações profissionais. Em contrapartida a isso, a mão de obra que temos é pequena, e não suficientemente qualificada na maior parte.
Ainda temos a problemática da oferta de emprego, e como, especialmente nesse setor, ela não se prende a barreiras geográficas. Hoje, brasileiros não precisam necessariamente morar fora para conseguirem empregos em empresas estrangeiras. Nossos talentos estão sendo expatriados sem sequer saírem do Brasil.
Para nos ajudar a entender um pouco uma das raízes do problema, para então traçar uma possível saída, vamos fazer uma alegoria com o futebol. Um jogador demonstra ser promissor, aparenta ter talento para ser de grande utilidade para sua equipe. É correto já escalá-lo para disputar uma final de campeonato sem que ele passe antes pelas categorias de base? Não, certo?
Pois é exatamente essa a questão. O desafio é enorme e coloca muito em jogo (dados sensíveis, reputações de empresas), e o “talento” que responderá a ele não está sendo formado de forma adequada.
E como melhorar esse cenário?
Seria ótimo se tivéssemos uma bala de prata que pudéssemos disparar e resolver essa questão, mas infelizmente não é o caso. Uma das opções, no entanto, pode ser resumida em uma única palavra: simplificação.
Novamente, vamos ilustrar com um exemplo. Um jovem demonstra interesse no setor de Tecnologia. Em sua primeira entrevista de emprego, seu futuro chefe lhe dá a seguinte missão: traduzir conceitos como SASE, CASB, ZTNA, DLP e Zero Trust.
Para que a cibersegurança seja efetiva, ela precisa ser tornada clara e acessível, e isso vale tanto para futuros talentos como para colaboradores de empresas que precisam saber exatamente para que servem aquelas funções todas. A ameaça representada pelos ataques virtuais é muito grande para nos prendermos a um “tecniquês” que só faz sentido a quem tem anos de experiência na área.