No último dia 13 de fevereiro um grupo de arqueólogos norte-americanos e egípcios anunciaram a descoberta de uma estrutura histórica de uma cervejaria de cerca de 5 mil anos, o que a torna a mais antiga cervejaria já descoberta no mundo.
Para a Professora Cintia Rolland, do Centro Universitário FMU, esta descoberta é importante em diversos sentidos, pois auxilia na compreensão de sistemas culturais, econômico, consumo e produção. “Essa cervejaria mostra uma produção em grande escala associada a um centro funerário de muita importância ligado ao Deus Osiris, uma divindade ctônica ligada aos grãos”, esclarece a especialista.
“Vale ressaltar que a cerveja no Egito Antigo tinha a importância de um alimento básico e essencial, bem como o pão. Atualmente, há diversas pesquisas que reconstituem a fabricação da receita egípcia que era servida quente. Nessa escavação foram encontrados os vasos típicos para fabricação e aquecimento dessa bebida. Esses vasos serviam também como pictograma para compor a palavra cerveja, que em egípcio antigo chama-se heneqet” completa.
Atualmente, coordenadora dos cursos de História e gastronomia da FMU, a profissional está à disposição para falar sobre a descoberta.
A Profa. Cintia Gama-Rolland é doutora em Egiptologia pela École Pratique de Hautes Études, Paris; mestre em arqueologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Bacharel em História pela Universidade de São Paulo, e possui pos-doutorado pelo Museu Nacional, UFRJ. Antiga conselheira científica do Museu do Louvre. Integrante de três missões arqueológicas no Egito e foi pesquisadora da coleção egípcia do Museu de Arte de São Paulo - Masp.