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A jornada da liderança humanizada



* Por Luis Fernando Guggenberger

Desde que tomei conhecimento, por meio do design thinking, dos chamados Mapa da Empatia e Jornada do Usuário, nunca os abandonei. São como bússolas para guiar a minha jornada quando realmente me dei conta do que era estar na cadeira de líder dentro de uma organização. É claro, que não apenas me baseio nos dois para guiar os meus caminhos. Por trás tem também investimento de tempo e recursos financeiros no autodesenvolvimento. Este se tornou um valor inegociável na minha vida, cuidar todos os dias para aprender continuamente, mas procuro compartilhar o conhecimento com inúmeras pessoas.

Poderia listar títulos de livros sobre negócios, inovação e liderança, pois sou um leitor voraz, ou mesmo recomendar diversos processos de capacitação e de descoberta interior. Entre elas, a que mais me identifiquei foi com a abordagem do autor Richard Barrett, com o modelo dos sete níveis de consciência, sem dúvida obrigatório para todos que lideram a agenda de Sustentabilidade, chamada agora de ESG (Ambiental, Social e Governança) em muitas organizações. Mas também indico a quem exerça ou almeja chegar ao papel de executivo em empresas, governos e organizações da sociedade civil.

Andar pelo Brasil nos últimos dez anos, conversar com muita gente, conhecer os países que temos dentro um só, carregado de distintas culturas compostas por histórias, rituais e símbolos, tem me feito refletir sobre as pessoas, a responsabilidade de ocupar um cargo de liderança e o compromisso que devemos ter com cada um. Aprendi que essas pessoas nos olham esperando que lideremos pelo exemplo, com coerência entre o discurso e a prática. Há certa expectativa para fazer tudo certo e não escorregar, mas somos todos passíveis de erros e acertos.

O momento delicado do país propõe uma profunda reflexão sobre a liderança. Não estou falando apenas dos líderes supremos da nação, mas sim em casa como pais ou nos grupos de amigos, em que às vezes também tomamos para si essa responsabilidade. Porém, não há mais espaço para o líder hierárquico, centralizador, egóico, que sufoca. É tempo de empatia, de preocupação com as futuras gerações, com o equilíbrio da vida em nosso planeta. Podemos ser exemplos para seguir ou referências em comportamentos que tragam mais felicidade e esperança de viver dias melhores.

Poucos líderes compreenderam o que fala a bela canção de Milton Nascimento, Bailes da Vida, que diz que “todo artista tem de ir aonde o povo está”. Ser líder é isso, é deixar de fazer a gestão de gabinete, elucubrando e incubando ideias sobre o que ele acha que é melhor para o cliente, para o cidadão, para o colaborador. Ser líder é ouvir mais do que falar. É não ter opinião formada sobre tudo e todos o tempo inteiro ou precisar elevar a voz para demarcar território.

Ao visitar lojas de material de construção, as fábricas da Vedacit, as casas de colaboradores da empresa conheci muitas histórias e uma das coisas que tem me feito refletir com frequência é sobre quão simbólica é a cadeira que ocupo. Ao fazer uma foto com um colaborador, pode parecer simples, mas demonstra que ele não é visto como um número, apenas um crachá na organização. Ele é único.

Ao ir à casa de um companheiro de empresa e ver a realidade de sua habitação antes e depois de uma intervenção, como a que realizamos por meio do Programa Ano Novo, Casa Nova, cujo objetivo é eliminar a insalubridade das casas de nossos colaboradores, rompemos uma barreira cultural imposta pelos cargos que ocupamos. Afinal, somos todos iguais. Nos emocionamos, aprendemos, nos orgulhamos de cada conquista e de todos que fazem parte da empresa.

Por isso, fica aqui o meu convite a você líder: quanto tempo você genuinamente tem dedicado para conhecer de fato as pessoas em sua organização versus o tempo de comando e controle das equipes? Você pega a estrada e visita clientes, fornecedores e colaboradores de outras áreas?

Atribuem uma frase ao Peter Drucker, considerado o pai da Administração Moderna, embora alguns digam não haver evidências sobre ela, vale citá-la aqui: “a cultura come a estratégia no café da manhã”. Só esqueceram de mencionar quem prepara o café, os líderes e seus liderados.

Rompa barreiras, experimente observar com atenção as particularidades de cada um. Eu garanto, não vai se arrepender. Pelo contrário, fazendo isto você seguramente não passará a se preocupar em transformar o mundo em um lugar melhor para se viver, mas sim em como deixar as pessoas melhores para o mundo, inclusive você.

* Luís Fernando Guggenberger é executivo de Inovação e Sustentabilidade da Vedacit, responsável pela coordenação das iniciativas de Inovação Aberta e Sustentável, pelo Instituto Vedacit e CCVO (Chief of Corporate Venture Officer) da TRUTEC. Formado em Publicidade e Propaganda pela Universidade Guarulhos e pós-graduado em Comunicação Empresarial pela Faculdade Cásper Líbero. Sua experiência profissional é marcada pela passagem em fundações empresariais como Fundação Telefônica e Instituto Vivo, além de organizações sociais na cidade de São Paulo. É membro do Comitê de Inovação do IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, também participa do Conselho de Governança do GIFE – Grupo de Institutos, Fundações e Empresas, do Conselho Consultivo da GRI Brasil e do Conselho Fiscal do ICE – Instituto de Cidadania Empresarial. Mentor de startups de impacto socioambiental.




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Tipo: Pauta  Data Publicação:

 
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