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As organizações sociais durante a crise
José Virgílio Leal de Figueiredo

Por José Virgílio Leal de Figueiredo

Foto, por Nice Gonçalvez


Enquanto a crise causada pela pandemia do novo coronavírus se alastra, uma grande parcela da população segue à margem das preocupações de parte do poder público, principalmente do governo federal.

As comunidades em regiões vulneráveis contam com famílias inteiras que, na maioria dos casos, compartilha o mesmo imóvel. Muitas vezes, o mesmo cômodo.
Que tentam, a todo custo, manter o distanciamento social, mas sentem na pele e na alma a falta do trabalho, de garantir o pão do dia. Muitos são autônomos. “Vendem o almoço para pagar o jantar”, como diz o dito popular.
Em Santos, por exemplo, 25 mil pessoas vivem sob condições precárias no Dique da Vila Gilda, sobre palafitas. Estão sujeitas ao calor, ao frio, à chuva e ao vento que podem provocar inundações, queda das casas, incêndios. São cidadãos trabalhadores, em busca de oportunidades, detentores dos mesmos direitos de todos nós. Não raras as vezes, tais oportunidades surgem graças à atuação de organizações sociais comprometidas com as questões de cidadania, de crianças a idosos. Uma relação desenvolvida na base da confiança mútua, da troca estreitada no dia a dia.

Tais instituições desempenho fundamental na formação das pessoas, através de cursos, atividades culturais, esportivas e recreativas, atuando em parceria, dependendo da situação, com o poder público e o setor privado. É um convívio íntimo: a população encontra, nessas organizações, não apenas o suporte educacional, cultural, mas também humanitário, amigo, familiar. Por isso, mais do que nunca, são essas entidades que têm possibilitado, diante de todas as dificuldades, dignidade a comunidades pelo Brasil. No entanto esse trabalho corre riscos.

Articuladora da Rede de Organizações do Bem, a Agência do Bem realizou a pesquisa Impacto do Coronavírus no Terceiro Setor, entre os dias 3 e 7 de abril.

O levantamento consultou 231 diretores das organizações. O quadro é alarmante: 67% tiveram queda de arrecadação de suas receitas acima de 50% após o início da pandemia, e 83% preveem riscos concretos de fecharem suas portas e atividades em curto prazo. Ou, na melhor das hipóteses, precisarão diminuir drasticamente suas atividades.

Apenas 1% manteve suas atividades após o início da pandemia. Já 72% paralisaram completamente. 89% observam grave deterioração nas condições de subsistência das famílias atendidas, indicando necessidade de socorro urgente.

Na Baixada Santista, ONGs atuam fortemente para em prol das comunidades. Os Institutos Arte no Dique, Elos e Procomum, e o Fórum da Cidadania se uniram na campanha Baixada Pela Vida, em busca de doações e apoio para ajudar mil famílias da região.

Entidades como o Rotary também têm contribuído com doações de cestas básicas e kits de higiene pessoal. No Arte no Dique, para que os alunos não perdessem o semestre, as oficinas e cursos, em parceria com a Prefeitura de Santos, foram disponibilizados online e o retorno vem sendo positivo.
São iniciativas bem-vindas, mas não sabemos quanto tempo a crise durará. Mais do que nunca se faz necessário um olhar especial à atuação das organizações sociais e, principalmente, às áreas de vulnerabilidade da Baixada. Afinal, todo cidadão deveria ter direito à saúde, à educação, ao esporte, às artes, e ao bem-estar social.

José Virgílio Leal de Figueiredo é presidente do Instituto Arte no Dique

Editorias: Cultura e Lazer  Educação  Saúde  Terceiro Setor  
Tipo: Artigo  Data Publicação:

 
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