O aprendizado da Matemática pode ser evidenciado na maioria das tarefas rotineiras, bem como é componente curricular de muitos cursos superiores, uma vez que é elemento imprescindível em diversas atividades profissionais.
A modalidade a distância (EaD) tem sido a opção de muitos universitários, pois em tempos de tecnologia facilmente acessível é o curso universitário que vai ao aluno, otimizando seu tempo e ampliando suas condições para acessar o conteúdo a qualquer momento. Assim, nos permitimos questionar a necessidade da reflexão de como se dá o processo de ensino e aprendizagem da Matemática nas condições oferecidas pela EaD, uma vez que a disciplina exige prática e treino?
De acordo com o Decreto nº 2494, de 10 de fevereiro de 1998, do MEC, a educação a distância: “(...) trata-se de uma forma de ensino que possibilita a autoaprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados”. Dessa forma, podemos considerar a Matemática como parte do ensino a distância, visto que a disciplina não está livre desse processo.
O Ensino Superior em Matemática traz um protótipo de educação tendo como base um padrão habitual de aprendizagem, onde a metodologia utilizada é simplesmente narrativa, focada no discurso do professor, e os conteúdos são impostos como realidades irrefutáveis, como algo finalizado e concluído, sem o cuidado em dar significado a esses conhecimentos. Os alunos, por sua vez, têm apenas o trabalho de resolver uma série de exercícios que, muitas vezes, não exigem nenhum esforço criativo, reflexivo ou que exija capacidade de interpretação e raciocínio lógico.
Muitas instituições estão preocupadas sobre como esses estudantes que não estão ligados sentimentalmente com as disciplinas de seu curso de formação profissional irão lidar com a situação. Na maioria das vezes surgem questionamentos sobre a importância destas dentro do curso, o que ocasiona desistência pelo fato de os alunos não entenderem seus objetivos. Isso advém, de modo geral, de como é feito tudo isso, na prática: os conceitos são trabalhados de forma aleatória, sem estarem inseridos em um contexto.
O foco para a aprendizagem em Matemática exige a interação entre professor/aluno, troca de ideias, compartilhamento de soluções encontradas para um problema proposto, exposição do raciocínio, entre outros; são as ações que constituem o “fazer” Matemática. Portanto, nesse contexto, fica evidente que o ambiente virtual está impregnado de relações sociais. Um curso ministrado na rede precisa de planejamento e organização didática por parte dos docentes, e podem exigir um tempo até maior do que o que seria despendido ao planejamento de um curso presencial, em alguns casos. (MORAN, 2000)
Autora: Profa. Dra. Soraia Carise Prates, professora e tutora dos cursos de Segunda Licenciatura e Formação Pedagógica do Centro Universitário Internacional Uninter.