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A incontinência urinária é definida como qualquer perda involuntária de urina que cause desconforto social ou higiênico, ou seja, de alguma maneira, atrapalhe a vida normal da pessoa. Ela pode ocorrer por uma série de fatores e em diversas idades, embora seja mais comum nas mulheres acima de 40 anos. “Alguns fatos específicos do gênero feminino como partos normais, mudanças hormonais e menopausa podem contribuir para o surgimento da incontinência urinária”, afirma o enfermeiro estomaterapeuta, Secretário Adjunto da Associação Brasileira de Estomaterapia, Edson Maruyama Diniz. Esse escape de urina pode acontecer em atividades simples, ou quando a pessoa ri, tosse ou espirra. Isso gera interferência nas atividades cotidianas, nas relações interpessoais e até na vida sexual da pessoa. Contudo, muitas mulheres não procuram auxílio médico, por achar que esta é uma situação normal.
A urina é produzida pelos rins, que são os responsáveis por filtrarem as substâncias desnecessárias da corrente sanguínea, sendo este líquido enviado para a bexiga. A bexiga é como um saco muscular que pode se esticar para armazenar a urina. Quando a bexiga chega a metade de sua capacidade é enviado um estímulo ao cérebro, que envia um comando para a bexiga liberar a urina para a uretra. A uretra é um canal, formado por dois músculos esfincterianos. O primeiro músculo se abre após o comando cerebral e o segundo pode ser controlado pela pessoa. Porém, quando os músculos do assoalho pélvico não funcionam corretamente, ocorre o escape de urina, ou seja, a incontinência urinária. Um enfraquecimento dos músculos impede a uretra de se manter fechada e isso é causado por uma série de fatores.
Causas da Incontinência Urinária
• Gravidez e Parto - ocorre uma combinação de fatores como as alterações hormonais, a pressão exercida pelo útero sobre a bexiga e o próprio esforço do trabalho de parto, o que enfraquece a eficiência dos músculos pélvicos. Essa condição costuma ser passageira. Por isso é importante o fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico.
• Menopausa - neste período ocorre uma redução dos hormônios, em especial do estrogênio, o que provoca uma atrofia das paredes da uretra, o que pode gerar uma perda do controle do esfíncter.
• Excesso de peso - o excesso de peso assim como acúmulo de gordura na região abdominal pode exercer maior pressão nos músculos abdominais e pélvicos, diminuindo a força do assoalho pélvico e cansando incontinência urinária.
• Doenças Neurológicas e Diabetes - doenças como o Alzheimer, Parkinson, Esclerose Múltipla e o Diabetes podem causar incontinência urinária pois interferem na comunicação entre o cérebro e o sistema urinário, causando problemas para o completo esvaziamento da bexiga.
• Infecções urinárias frequentes - podem tornar a bexiga hipersensível, o que leva a falsos sinais de \"esvaziamento\", criando a vontade de urinar, porém sem que a bexiga esteja cheia.
Além do incômodo de ter as roupas íntimas molhadas, uma série de problemas emocionais impacta na qualidade de vida das pacientes. Além do lado físico e emocional, a autoestima da mulher é afetada. A mulher deixa de usar roupas que gosta, sente-se insegura em sair de casa, deixa de fazer atividades físicas e tem uma preocupação extra em encontrar banheiros nos locais que frequenta. Além disso há problemas relacionados a vida sexual onde muitas pacientes referem que não possuem vida sexual ativa ou que o escape de urina afeta diretamente durante o ato sexual. Isso cria um isolamento social para a mulher, sendo que muitas se recusam a sair de casa e até a procurar ajuda médica.
É importante ressaltar que existem diferentes tipos de incontinência urinária, portanto, diferentes tipos de tratamento. A forma mais frequente é chamada \"incontinência urinária de esforço\" e esta associada a algum esforço físico. O segundo tipo é chamado de \"hiperatividade do detrusor\", que geralmente envolve múltiplas idas ao banheiro, enurese noturna e uma urgência para urinar. Uma parte das mulheres pode apresentar os dois problemas juntos, quadro chamado de \"incontinência mista\". Após uma avaliação médica o tratamento pode ser medicamentoso, fisioterápico ou cirúrgico. O mais importante é que a mulher procure ajuda e saiba que hoje os tratamentos evoluíram muito e trazem ótimos resultados.