Mitos e verdades da amamentação: Especialista esclarece principais pontos sobre o melhor alimento para o bebê

*Por Dr. Carlos Eduardo Chaves

Quando falamos de amamentação, muitos mitos ainda são difundidos sobre o assunto. Alguns são repetidos há tantos anos que já foram absorvidos pela sociedade, o que, na verdade, acaba prejudicando um ato tão natural quanto saudável para mãe e filho. Embora proteja a criança contra diarreias, infecções respiratórias e alergias, reduza em 13% a mortalidade em menores de cinco anos e reduza o risco de desenvolver hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade na vida adulta, apenas 40% dos bebês têm amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os benefícios da amamentação são tantos, que em 2017 foi sancionada a Lei nº 13.435, instituindo o mês de agosto como o Mês do Aleitamento Materno, ou Agosto Dourado, para estimular a prática, que pode salvar mais de 800 mil vidas anualmente. Portanto, é preciso esclarecer os principais mitos e ressaltar as verdades que envolvem o assunto, afinal, a informação é o caminho para que a amamentação seja feita da melhor maneira possível.

1 – Algumas mães têm o leite fraco e não alimentam o bebê

Este é um dos mitos mais difundidos sobre a amamentação. Nenhuma mãe tem o leite fraco. A partir de estimulação constante do bebê, aos poucos o leite vai aumentando e é capaz de nutrir plenamente a criança. O que a mãe precisa é cuidar da própria alimentação, para que seja a mais saudável possível e ingerir bastante água, para que o leite ganhe volume e qualidade de nutrientes. O leite materno é o melhor alimento para o bebê.

2 – As gerações passadas não tiveram leite, então a mãe do recém-nascido também não terá

Cria-se uma expectativa a respeito do que a mãe ou a avó viveu quando tiveram seus bebês, talvez por serem as mulheres mais próximas da mãe do recém-nascido, porém, o fator genético não interfere neste caso. Uma vez que a mãe tome as medidas básicas para a amamentação, ela acontecerá de forma natural. Manter-se tranquila e paciente para as várias tentativas até que se pegue prática, hidratar-se e alimentar-se corretamente garantirão o sucesso da amamentação.

3 – Seios pequenos produzem pouco leite

O tamanho dos seios não influencia na amamentação, pois não é o tecido adiposo - que dá volume aos seios - que irá atuar na produção do leite, e sim, as glândulas mamárias. Portanto, seios grandes ou pequenos podem produzir a mesma quantidade de leite.

4 – Canjica, cerveja preta e outros alimentos aumentam a produção de leite

 Este é mais um mito que ronda o assunto, pois como foi dito, somente uma alimentação saudável e equilibrada aliada à ingestão de água podem garantir a produção do leite materno.

5 – O bebê já está grande, não precisa mais mamar

A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que a amamentação seja a alimentação exclusiva do bebê até os seis meses de vida. A partir desta idade é recomendada a introdução alimentar, aliada à amamentação até os dois anos. Esta é a data mínima estabelecida pela OMS, mas fica a critério da mãe e da aceitação da criança para que este prazo se estenda. Não existe bebê grande para a amamentação, até porque, quanto mais a criança mamar, mais forte será seu sistema imunológico. Além disso, o bebê recebe nutrientes, como o ômega 3, que atuam para o desenvolvimento cerebral, e principalmente, permite o vínculo com a mãe, fundamental para a formação cognitiva.

6 – Não se deve amamentar em público, melhor optar pela mamadeira

Mais um mito completamente sem sentido, pois não há nada mais natural que amamentar, seja em casa ou em público. Inclusive, foi sancionada uma lei que multa os estabelecimentos que impedirem ou constrangerem as mães no ato da amamentação. O leite materno é o alimento do bebê e ele tem todo o direito de se alimentar quando e quantas vezes for necessário.

7 – Na falta da mãe, outra mulher pode amamentar a criança

Mesmo que o bebê tenha o hábito de mamar no seio, não é recomendado que se faça isso, pois há risco de transmissão de doenças, como o HIV. Neste caso, a mãe pode deixar uma quantidade de seu leite para que a outra pessoa administre, seja por mamadeira ou pequenos copos.



Antes de optar por não amamentar ou, por insegurança, complementar a amamentação com fórmulas logo de início, é preciso ter conhecimento sobre todas essas questões que envolvem o assunto e o quanto a amamentação é benéfica para o bebê e para a própria mulher. Ao amamentar, a mãe protege-se também contra diversas doenças, entre elas alguns tipos de câncer, como de mama e ovário e doenças cardiovasculares.

*Dr. Carlos Eduardo Chaves é médico pediatra do Trasmontano Saúde.

Editorias: Criança  Feminina  Saúde  
Tipo: Artigo  Data Publicação: 16/08/19
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