No Brasil existem mais de 10 mil sindicatos de trabalhadores, e essas entidades correspondem a 65% do total de organizações de representação de interesses econômicos e profissionais. Mas, qual é, atualmente, o papel dos sindicatos que foram criados na década de 1930, durante o governo do ex-presidente Getúlio Vargas.
Em artigo publicado no site do Instituto Mises, os articulistas Luan Sperandio e Leandro Roque argumentam que os sindicatos brasileiros não representam os trabalhadores. “No Brasil, os grandes sindicatos já se converteram naquilo que a literatura econômica classifica como \"rentistas\" ou \"caçadores de renda\": seu verdadeiro propósito de existir não é representar os trabalhadores (essa é apenas sua desculpa instrumental), mas sim se beneficiar das prebendas regulatórias e monetárias garantidas pelo estado, com as quais alimentam sua própria burocracia interna. Sindicatos servem aos interesses de seus líderes e do governo que os apoia, e não aos interesses de seus membros”.
Em 2017, durante o governo do presidente Michel Temer, a cobrança do imposto sindical deixou de ser obrigatória com a reforma trabalhista, que também mudou dezenas de artigos da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Antes da reforma, o valor era descontado diretamente do salário do trabalhador, mas com a modificação a contribuição passou a ser opcional, e o desconto exigia \"autorização prévia e expressa\" dos empregados. Após a vitória de Jair Bolsonaro, em 2018, foi editada uma medida provisória mudando a maneira de recolhimento do imposto sindical, que deixou de ser feito sobre o salário, mas por boleto bancário.
Desde que essas medidas foram implantadas, diversos sindicatos brasileiros recorreram às páginas dos jornais para dizer que seria o fim dos direitos trabalhistas. Mas, será mesmo que os trabalhadores necessitam de tais entidades?
Para o empresário Marcos Vinícius Ferreira, CEO da Esquadra Segurança, os sindicatos são um mal que atormenta a maioria dos empregadores. “Essa classe sindical, infelizmente, tornou-se um braço de muitos partidos políticos, os sindicatos perderam a função primordial que é a defesa dos interesses dos trabalhadores, que no meu entendimento, não necessitam dessas grandes corporações sindicais”, opina.
Ainda de acordo com o empresário, muitas vezes, esses sindicatos tornam a vida do empreendedor brasileiro difícil. “Infelizmente, dentro dessas entidades sindicais existem certas pessoas, que estão no comando, usando os trabalhadores como moeda de troca. Alguns servem a interesses nem sempre claros”, observa o CEO da Esquadra Segurança, que emprega 5 mil colaboradores nos principais estados brasileiros como Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Roraima.
O empresário Marcos Vinícius Ferreira diz que já enfrentou algumas situações com o sindicato dos trabalhadores do seu setor. “Não podemos generalizar, mas é questionável o papel dessas entidades, pois muitas têm interesses que vão além dos interesses dos trabalhadores, distorcem informações e colocam o empregador em situações complicadas”, relata.
Com uma empresa tradicional no município de São Joaquim de Bicas, município a 60 quilômetros de Belo Horizonte, o empresário Roberto Eustáquio Dias, revela que atualmente 99% de seus colaboradores não optaram pela sindicalização. “Depois da reforma promovida pelo ex-presidente Temer, os funcionários preferiram não aderir ao pagamento do imposto, provando que os sindicatos não representam, de fato, os trabalhadores”, diz o proprietário da Cofermon Construções, uma indústria metalúrgica que empresa 150 pessoas.
Para Roberto Eustáquio Dias, os sindicatos favorecem o funcionário ruim, prejudicando o bom trabalhador. “Há alguns anos passei por situações difíceis, devido ao sindicato que usava os trabalhadores incentivando greve, com pessoas infiltradas. Graças a Deus isso acabou. Empresa que trata bem seus colaboradores não tem medo de sindicato”, afirma.