O mundo vive uma pandemia com o surgimento do Covid 19, o Coronavírus, e diante disso surgem medos, ansiedade e pânico. Para a psiquiatra Kelly Pereira Robis, compreender que reações emocionais patológicas podem surgir diante da chance de infecção não é menosprezar os riscos, mas sim reconhecer que todo ser humano pode apresentar reações diversas, inclusive um sofrimento muito intenso diante do estresse real. “Identificar o problema pode auxiliar na criação de estratégias de enfrentamento, além de prevenção de danos para a saúde mental a longo prazo”, alerta a professora do curso de Medicina da UFMG e da PUC/MG.

Sentir medo e ansiedade relacionada a possibilidade de infecção estão presentes em pessoas de idades distintas. As pessoas mais idosas, crianças e adolescentes, profissionais, responsáveis pelo cuidado em saúde, como funcionários de hospitais ou cuidadores, pessoas com algum transtorno mental prévio, incluindo uso de substância, estão e entre as pessoas com maior risco de desenvolverem sintomas ansiosos mais intensos diante do estresse.

Com todo esse estresse causado pela vivência real da pandemia, os sentimentos de tristeza, ansiedade e desesperança podem estar presentes até de modo patológico, e podem se manifestar por meio de mudanças como sono e apetite; dificuldade de concentração; piora de outros problemas clínicos; aumento do consumo de álcool ou tabaco.
Uma alerta fundamental é para as pessoas com algum transtorno mental. “Essas pessoas devem continuar o seu tratamento e pedir ajuda em caso de piora de sintomas”, enfatiza a psiquiatra.

Algumas medidas podem ser úteis para o controle e a redução dos sintomas:
• Evitar as formas de comunicação que possam trazer notícias falsas como aplicativos de mensagens;
• Cuidar da própria saúde, do sono e da alimentação;
• Tentar fazer alguma atividade física, meditação e relaxamento, mesmo estando em casa;
• Fazer atividades de lazer como leitura e estudos.