No próximo dia 20 de outubro, comemora-se o ‘Dia Mundial da Osteoporose’ e o Hospital Santa Cruz, que tem como filosofia oferecer tratamentos preventivos para garantir a saúde e bem-estar da população, alerta sobre a prevenção e tratamento desta grave enfermidade.
A osteoporose é caracterizada por perda de massa óssea e deterioração do tecido ósseo. A sua consequência mais grave são as fraturas, que podem ser dolorosas em até 50% dos casos, sendo os locais mais comuns coluna, fêmur, costelas e punhos, provocando incapacidade física. É uma doença silenciosa, que sem apresentar sintomas perceptíveis, causa mais de 8,9 milhões de fraturas por ano em todo o mundo (a cada três segundos ocorre uma fratura osteoporótica), segundo a Federação Internacional da Osteoporose (IOF). No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, são 10 milhões de brasileiros afetados pela doença.
“Existe a ideia equivocada de que a osteoporose é uma doença feminina e isto tem contribuído para que a incidência em homens cresça\", afirma Dr. Itiro Suzuki, ortopedista do Hospital Santa Cruz. A osteoporose afeta em média uma a cada três mulheres, a partir dos 50 anos, e um a cada cinco homens, depois dos 65 anos de idade, mas a doença pode atingir excepcionalmente pessoas mais jovens, de ambos os sexos também.
A maior incidência da osteoporose ocorre nas mulheres, durante a menopausa, devido à redução do hormônio estrogênio, provocando uma aceleração da perda óssea a uma taxa duas vezes maior do que nos homens. Atualmente, um terço das mulheres entre 60 e 70 anos de idade e dois terços daquelas com 80 anos ou mais sofrem deste mal. O mito de que a doença afeta só as mulheres surgiu daí. Apesar de que os dois gêneros começam a perder massa óssea a partir dos 40 anos de idade e, quando atinge os homens, a osteoporose pode ser mais grave.
Ocorre que os estudos realizados, por exemplo, no Brasil com a população masculina sobre esta enfermidade são poucos, mas mostram que a prevalência da doença nos homens com mais de 65 anos gira em torno de 15%, enquanto a de fraturas fica entre 12% e 20%. “A questão é que muitos homens não fazem os exames regulares e acabam deixando que a doença se agrave, antes de iniciarem o tratamento, prejudicando os estudos clínicos por não participarem com a mesma frequência que as mulheres”, complementa Dr. Suzuki.
“Com o envelhecimento da população brasileira (aumento de 50% na última década, conforme o IBGE de 2017), a tendência é que se ampliem os casos registrados desta doença e como temos uma área multidisciplinar especialmente dedicada às pessoas na terceira idade, consideramos essencial destacar este tema junto à sociedade”, destaca a Dra. Sumika Mori Lin, coordenadora do Serviço de Geriatria do Hospital Santa Cruz.
A área de saúde e bem-estar para pessoas com mais de 60 anos do Hospital Santa Cruz conta com a participação de profissionais de Ortopedia, Geriatria, Enfermagem, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Psicologia, Nutricionista e Serviço Social. “Por isso, decidimos chamar atenção para a Osteoporose, que precisa ser mais conhecida e prevenida, além de ser tratada por meio de um olhar integral sobre o idoso, o que só uma equipe multidisciplinar, trabalhando os aspectos físicos, fisioterápicos, psicológicos e emocionais é capaz de fazer”, diz a Dra. Sumika.
De acordo com a geriatra, o Hospital Santa Cruz já obteve na prática resultados que comprovam melhora significativa no quadro clínico, tanto em tratamento quanto no pós-cirúrgico, em comparação a outros pacientes que não foram tratados de forma integral. Essas informações vão de encontro à literatura médica, que corrobora melhores resultados para a recuperação funcional e para a mortalidade, principalmente nas fraturas de fêmur.
O Dr. Suzuki aponta entre os principais fatores que ampliam as chances de ter osteoporose determinadas condições da vida moderna, como fumo, excesso de álcool e café, sedentarismo e escassez de cálcio na dieta, além de fatores étnicos e hereditários, que podem aumentar esse risco. “Pacientes com hipogonadismo (privação hormonal por causa de câncer de próstata) também tem as chances agravadas”, acrescenta o ortopedista.
Como é possível prevenir ou retardar a Osteoporose?
A prevenção deve começar o mais cedo possível, preferencialmente, na infância e na adolescência, quando os ossos ainda estão em formação. Isso porque até 20 anos, o organismo economiza cálcio, chegando ao seu patamar máximo dos 20 aos 25 anos. Até os 45, ainda é capaz de repor o que gastou. Mas, dali em diante, passa a gastar mais do que economiza, gerando em torno de 0,5% de perda óssea ao ano. Em outras palavras: quanto mais o indivíduo poupar na juventude – ingerindo fontes de cálcio, tomando sol, fazendo atividade física, menor é o risco de osteoporose e, por consequência, de fraturas a partir da idade adulta.
Alimentação – Alimente-se bem e cuide também da alimentação das crianças, filhos, sobrinhos, alunos. Uma nutrição adequada é importante para a saúde como um todo, mas para se ter ossos fortes a dieta rica em cálcio é absolutamente necessária. Seu consumo ideal varia de 1.000 a 1.200 miligramas ao dia para um adulto. Se o indivíduo tem intolerância à lactose, outras fontes de cálcio como verduras, podem ser mais consumidas. O médico pode receitar suplementos de cálcio em situações especiais. É fundamental também consumir quantidades adequadas de magnésio, zinco, cobre, boro e vitamina D.
Alimentos ricos nos minerais e vitaminas que fortalecem os ossos
• Cálcio: consuma vegetais verdes escuros, como couve e brócolis; além de leite e derivados e outros alimentos, como amêndoas, quinoa e semente de chia;
• Magnésio: consuma folhas verdes escuras, como couve e agrião; e as oleaginosas, como amêndoas e castanhas;
• Zinco: está presente em carnes bovinas, peixes, aves, leite e derivados, ostras, mariscos, cereais, nozes e feijão;
• Cobre: consuma fígado, nozes, leguminosas secas, cereais, frutas secas, aves e mariscos;
• Boro: é encontrado no repolho, alface, ervilhas, maçã, ameixa preta, uva-passa, amêndoas e amendoim.
• Vitamina D: presente na gema de ovo, no fígado, sardinha, atum, peixes com quantidades maiores de gordura.