Celso Carrer, professor da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP
Com foco no aumento da produtividade, é cada vez maior o número de produtores rurais que apostam em tratores autônomos, biotecnologia, drones e outros. Na chamada indústria 4.0, encontramos um novo modelo, que não apenas adota as novas tecnologias, mas também as usa para encontrar outras formas de tornar o negócio mais eficiente e competitivo.
Ressalto que a implantação da agricultura 4.0 não se limita aos grandes empresários, ela favorece também pequenos produtores e a agricultura familiar. Isso porque possibilita ao produtor maior assertividade nas tomadas de decisão, além de fornecer informações vitais e necessárias para o acompanhamento de todo o ciclo de produção.
É importante notar que a grande diferença entre o modelo 3.0 para o 4.0 é o uso da tecnologia em todas as etapas. Na agroindústria 3.0 o foco era nas ofertas para tomada de decisão. Já no modelo 4.0, há mais conexão desde a produção, passando pela indústria processadora e distribuidora, e chegando ao consumidor final. Ou seja, todos os processos são automatizados para que o consumidor, cada vez mais conectado, saiba a procedência do produto e assim tome a decisão de compra.
Novas tecnologias
Outro pilar importante para a era 4.0 é o uso das plataformas de armazenamento de dados. O Big Data, por exemplo, é um conjunto de ferramentas capazes de coletar, tratar e analisar um grande volume de dados valiosos para extrair insights. E, no agronegócio, é utilizado em todas as etapas da cadeia produtiva, ajudando o gestor a tomar decisões de forma mais assertiva. Vale ressaltar que a utilização dessas plataformas é para todos os tipos de empreendedores.
Hoje, 69% das propriedades agrícolas do Brasil já utilizam algum tipo de inovação tecnológica em sua produção. Isso, além de aumentar a competitividade no setor, possibilita atender as novas tendências de compra do consumidor, de acordo com levantamento feito pela Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP).
Os drones, por exemplo, têm sido bastante utilizados na agricultura de precisão e conseguem gerar mapas topográficos, calcular área de nivelamento e até detectar deficiências de água ou presença de pragas.
Dificuldades na indústria 4.0
Apesar de suas grandes contribuições para o mercado, o país ainda encontra dificuldades para a implementação completa da indústria 4.0. Entre elas está a conectividade. Afinal, nossa malha de redes ainda não é muito bem consolidada.
Entretanto, é importante pensar que esse produtor vende seus produtos em áreas urbanas, logo, ele tem contato com grandes empresas que podem melhorar essa dor. Inclusive, pelo ecossistema de inovação do setor, através de diversas startups que oferecem monitoramento à distância para o produtor que carece de uma boa internet.
Sobre AGROFUTURE SUMMIT
Em sua primeira edição, o Agro Future Summit é um dos maiores eventos do país voltado para inovação e tecnologia para o agronegócio. Realizado pelo Sistema FAEMG/SENAR/INAES, o evento terá encontros simultâneos, webinars, cursos, conteúdo ao vivo, encontros e seminários. Todo o conteúdo poderá ser acessado por meio da plataforma, pelo computador, celular ou tablet. As inscrições, que são gratuitas, podem ser feitas neste link: https://agrofuturesummit.com.br/#inscricoes
CO-REALIZAÇÃO: O AGROFUTURE SUMMIT conta com a co-realização da FIEMG, SEBRAE Minas e Governo do Estado de Minas Gerais.