O clínico geral do Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin), Lucas Manrique, foi recebido com festa pelos colegas da unidade. O médico goiano, de 26 anos, ficou afastado de suas funções por quatro meses, após um grave acidente de carro. Na recepção de boas-vindas, os colaboradores do hospital se revezaram no pátio para celebrar. “Só tenho a agradecer, por rezarem pela minha recuperação e por estarem comigo nesse retorno”, festejou Manrique.

Antes do acidente, o médico atuava na emergência do Pronto-Socorro. No período de um ano, realizou 32 partos, além de inúmeras consultas. Agora, está na linha de frente na luta contra o novo coronavírus. “Não tive dificuldade pra relembrar o sistema e as técnicas utilizadas no pronto-socorro. Rever os colegas, pessoas queridas me tranquilizou bastante. Fui muito bem recebido por todos”, contou.

Afastamento

As imagens do carro estraçalhado dão uma ideia da gravidade do acidente. No período de afastamento, Manrique enfrentou grandes desafios e lutou diariamente pela vida. Ele ficou 17 dias entubado na Unidade de Terapia intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Além disso, passou por três meses de reabilitação, com acompanhamento diário de fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais, tendo que reaprender todos os movimentos cognitivos. “A melhora foi lenta, tive que reaprender os movimentos, escrever, comer, um passo de cada vez, me recuperando dia após dia”, relembrou Lucas.

No Hutrin, todos os dias às 15 horas, médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem reuniam-se em minutos de fé, onde padres e pastores são convidados para celebrar. Em todas as reuniões, os colaboradores oram pelo trabalho dos profissionais da saúde e pelos pacientes atendidos na unidade. Nos últimos quatro meses o médico recebeu essas orações em vídeos e áudios. “Agora louvamos a Deus, pela sua saúde, pela sua volta. Nossos corações e nossa instituição estão em festa com a chegada do doutor, fazendo aquilo que tanto amo, que é cuidar daqueles que precisam”, comemorou Elioneide Alves, técnica de enfermagem que organiza os momentos de orações no hospital.